Quando foi entrevistada por O MIRANTE após ter sido nomeada como Personalidade do Ano Nacional 2021 pela redacção do jornal, a professora e cientista Elvira Fortunato foi questionada se aceitaria ser ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, caso fosse convidada. A premiada investigadora, com raízes no concelho de Alcanena, retorquiu com humor dizendo: “Só poderia responder se você fosse o primeiro-ministro, mas como não é…”.
Logo de seguida, quando lhe perguntámos se já tinha sido aliciada para a política afirmou: “Já fui convidada mas tenho-me mantido afastada. Nunca se deve dizer desta água não beberei, mas nesta altura da minha vida acho que o meu contributo para a sociedade é mais valioso na área da ciência do que na área da política”.
Pouco mais de um mês depois dessa conversa, realizada no dia 19 de Fevereiro no seu gabinete no Centro de Investigação de Materiais, em Almada, a professora catedrática e investigadora Elvira Fortunato foi anunciada como ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no novo Governo liderado por António Costa sucedendo no cargo a Manuel Heitor.
Sem filiação partidária, Elvira Fortunato até esteve mais próxima do PSD quando foi vice-presidente do grupo de conselheiros de Carlos Moedas, actual presidente do município de Lisboa, quando este foi comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação. Mas foram os socialistas que a levaram para o Governo.
Questionada no final da gala Personalidades do Ano, organizada por O MIRANTE na tarde de quinta-feira, 24 de Março, em Almeirim, sobre o que a levou a aceitar esse desafio, Elvira Fortunato disse que não prestaria declarações sobre a sua nomeação até 30 de Março.
Cientista, professora catedrática e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato é especialista em Microelectrónica e Optoelectrónica e uma das inovações pela qual se destaca é a do transístor de papel, descoberta pela sua equipa do Centro de Investigação de Materiais em 2008. Para além de duas dezenas de prémios internacionais, a investigadora foi também distinguida pela Comissão Europeia com o Prémio Impacto Horizonte 2020, pela criação do primeiro ecrã transparente com materiais eco-sustentáveis.
Licenciada e doutorada em Engenharia dos Materiais, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Elvira Fortunato nasceu em Almada a 22 de Julho de 1964 sendo filha de um casal de Louriceira, concelho de Alcanena. A 8 de Junho de 2010 foi-lhe atribuído o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. É casada com o cientista e investigador Rodrigo Martins, um dos inventores do papel electrónico, que foi o seu orientador de doutoramento. Têm uma filha em comum.
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