Esgotos de arrecadações ilegais no Forte da Casa dão dores de cabeça à vizinhança
Esgotos correm a céu aberto e estão a causar infiltrações num armazém. Fiscalização dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento detectou irregularidades há um ano e já mandou demolir as estruturas mas ninguém acatou as ordens.
Continua sem existir, para desespero de vários moradores do lote 18 da Rua 11 de Março no Forte da Casa, uma data concreta para a demolição de vários anexos ilegais existentes nas traseiras de um prédio contíguo e cujas descargas ilegais de esgotos estão a provocar infiltrações graves num armazém e danos na estrutura do prédio vizinho.
Manuel Delgado tem um armazém nas traseiras do lote 18 e há mais de um ano que não o consegue usar devido às infiltrações constantes vindas das descargas de esgotos de arrecadações construídas por vizinhos nos rés-do-chão que, confirma o município de Vila Franca de Xira a O MIRANTE, foram feitas de forma ilegal. Os esgotos correm a céu aberto causando maus cheiros, erosão dos solos e deslizamento de terras. Além do perigo público, diz quem ali vive e trabalha que a situação não é mais suportável.
Manuel Delgado, que é dono do armazém há duas décadas, já gastou mais de 2.500 euros em reparações no último ano e as paredes estão novamente com humidades. Contactou pela primeira vez o município, a queixar-se do problema, em Novembro de 2020. Só recebeu resposta um ano depois.
“É uma situação que me está a causar imensos prejuízos. Não consigo usar nem dar um destino ao meu armazém e, apesar de já ter tentado realizar obras para mitigar alguns dos problemas, os esgotos continuam a entrar”, lamenta. Outra das preocupações de Manuel Delgado, que partilha com outros moradores do edifício, é não haver uma data concreta para a resolução do problema, que só não é maior porque a nova presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Ana Cristina Pereira, enviou trabalhadores ao local para ajudar a desmatar as ervas que ali se acumulavam e que dificultavam a circulação da água. A desmatação permite, agora, colocar a nu a precariedade das estruturas.
Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Vila Franca de Xira explica que as queixas têm sido acompanhadas e analisadas pela fiscalização municipal e pela divisão de gestão urbanística. “A acção da fiscalização tem sido dificultada pois em deslocações efectuadas ao local não se encontram pessoas nas habitações”, lamenta a câmara, que confirma que os anexos são ilegais e dispõem de redes de saneamento “também elas desconformes” e causando incómodos.
O município garante que já notificou os proprietários, nos termos da lei, para proceder à demolição imediata dos anexos e das redes ilegais de esgotos mas, até agora, ainda nada foi feito.