Aos 21 anos, Lourenço Madureira Miguel já tem história de vida para um livro, que intitulou de “Vida Entre Linhas”. O estudante de medicina, natural de Tomar, foi sempre aluno de quadro de honra e ingressou na universidade com média de 19,3. Foi nessa altura que lhe foi diagnosticada uma doença rara, que ainda hoje continua a ser de origem desconhecida. A partida que o destino lhe pregou está agora reflectida num livro de 118 páginas que o próprio define com alguma ironia e boa-disposição: “Podia parecer mais um livro inspirador de auto-ajuda barata ou uma história de vida de levar às lágrimas, mas não. É (só) a vida de alguém feliz, com uma maratona de obstáculos e muitos risos inconvenientes à mistura”.  

A postura de Lourenço Miguel perante a vida está bem definida; a doença não o define e enquanto puder fazer as coisas que o fazem feliz, mesmo com dificuldades, vai continuar a fazê-las. As dificuldades não são poucas e afectam-lhe, sobretudo, a mobilidade e o descanso. “Passo noites sem dormir por causa das dores”, desabafa. Toma 23 comprimidos por dia e diz que não sente a falta do sono “porque a dor ultrapassa todas as necessidades”. Começou a sentir dores em Junho de 2019, mas relativizou. As pernas começaram a não responder e, em Fevereiro de 2020, muito perto do primeiro confinamento, decidiu enfrentar os médicos. Esperou quase um ano para obter algumas respostas sobre a sua doença degenerativa.  

*Conheça toda a história desenvolvida na edição semanal em papel desta quinta-feira, 10 de Novembro