Sociedade | 15-08-2022 18:00

Há um século que não morria tanta gente em Portugal

Há um século que não morria tanta gente em Portugal

Falta de acesso a cuidados de saúde contribui para aumento da mortalidade em Portugal. Desde os tempos da peste negra que o país não tinha um índice de mortalidade tão alta e especialistas dizem que, se deve mais a factores socieconomicos e falta de acesso à saúde do que à Covid-19.

O número de óbitos entre Janeiro e Julho deste ano revelam que todos os meses há mais de 10 mil mortes em Portugal. Segundo dados estatísticos recolhidos pelo Expresso, só em 1923, no rescaldo da pandemia da gripe espanhola, é que existe um padrão semelhante. O número de mortes não superou os números do mesmo período ano passado, altura em que se viveu o pior a pior fase da Covid-19, mas é certo que os registos de mortalidade actuais apontam para um novo recuo da esperança média de vida.
De acordo com os especialistas, os números não podem ser explicados apenas pela Covid-19. O calor, o frio, a gripe, o envelhecimento, as consequências de um menor acesso a cuidados médicos e as dificuldades económicas, também são hipóteses plausíveis para a taxa de mortalidade ter aumentado.
De acordo com os dados recolhidos pelo jornal Expresso nas publicações históricas do Instituto Nacional de Estatística, registaram-se 75.770 óbitos em 1923, quando a população portuguesa era de apenas seis milhões de habitantes. Segundo o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), geridos pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), morreram 74.412 pessoas nos primeiros seis meses do ano, menos cerca de 1.500 em relação ao mesmo período do ano passado.
Em Maio, Portugal tinha o maior excesso de mortalidade da União Europeia, o triplo da média, e em Julho, segundo as estatísticas apontadas pelo Expresso, Portugal só ficava atrás de Espanha.
O facto de não conseguirmos atenuar as desiguladades perante a morte, “conduz-nos a um país que não está à altura dos novos desafios sociais”, afirma a demógrafa Maria João Valente Rosa citada pelo semanário de Francisco Pinto Balsemão.

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