Sociedade | 24-05-2022 06:59

Hortas Ecológicas ensinam hábitos de vida saudável

Filomena e João Aivado criaram o grupo Hortas Ecológicas e defendem um estilo de vida saudável

O grupo “Hortas Ecológicas”, criado pelo casal João e Filomena Aivado, estuda e ensina a identificar plantas autóctones comestíveis em percursos realizados por todo o país e em várias escolas. Naturais da Póvoa de Santa Iria e do Tramagal, respectivamente, consideram que o futuro “está nas nossas mãos” e que pequenos gestos podem ser o princípio de um estilo de vida mais saudável.

“Hortas Ecológicas” é um projecto com cerca de uma década que nasceu da necessidade de ensinar os mais jovens a perceber a riqueza da natureza e as origens dos alimentos que consomem diariamente. A explicação é dada a O MIRANTE por João Aivado e Filomena Aivado, mentores do projecto que também tem como uma das principais actividades realizar percursos de identificação de plantas autóctones comestíveis.
Casados há mais de duas décadas, João e Filomena nunca pensaram ligar-se de forma tão intensa à natureza. Filomena Aivado, 57 anos, natural do Tramagal, concelho de Abrantes, licenciada em História, foi jornalista durante vários anos. João Aivado, 55 anos, fez diversos cursos, entre eles o curso em agricultura biológica, tendo decidido dar formação em horticultura.
O destino quis que, ao mesmo tempo, sentissem necessidade de mudar de profissão. Deram asas ao seu espírito empreendedor e abriram um negócio de venda de produtos biológicos. Por ser novidade, o negócio deu lucro durante alguns anos, mas com o aumento do número de lojas, as grandes superfícies apoderaram-se do mercado.
Foi nessa altura que juntaram as poupanças e decidiram começar um novo negócio que servisse os clientes, ao mesmo tempo que lhes transmitiam conhecimentos. O projecto “Hortas Ecológicas” nasceu e num ápice tiveram de reunir informações para compreender todo o processo sobre plantas autóctones, árvores de fruto e as diferentes leguminosas e vegetais de produção recorrente em Portugal.
O seu público-alvo começou por ser, mantendo-se até hoje, as escolas. Têm parcerias com diversas escolas espalhadas pela grande Lisboa, mas admitem que gostavam de reforçar a ligação dos alunos do concelho de Vila Franca de Xira à natureza. “Gostávamos de ter um impacto mais significativo na aprendizagem das crianças e jovens do nosso concelho”, afirma João Aivado, que é natural da Póvoa de Santa Iria.

Um projecto para todas as idades
Como a maioria dos seus clientes vive na grande Lisboa, nunca tiveram muito contacto com a natureza e é isso que faz deste projecto vencedor, explicam. O casal explica que tudo começa com uma pequena horta no terreno escolar para os alunos se habituarem a meter as mãos na terra e a ganharem gosto pela agricultura sustentável e sem recurso a químicos. “A partir daí é deixar a magia acontecer”, afirmam.
Como os pedidos dos pais para criarem dinâmicas diferentes, e que abrangessem outras faixas etárias, começaram a acumular-se, avançaram com a criação de passeios na natureza, que costumam durar cerca duas horas. Os passeios têm em média duas dezenas de participantes. De forma a motivar as pessoas a adoptar estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis, o casal costuma preparar um lanche totalmente à base de plantas autóctones comestíveis, encontradas durante os percursos.

Uma vida saudável está nas nossas mãos

Ter um espírito aventureiro faz parte do ADN de João Aivado e Filomena Aivado. A pandemia fez com que durante alguns meses não pudessem receber grupos nem realizar visitas às escolas, mas nunca baixaram os braços e começaram a procurar novos percursos e novas plantas para darem a conhecer aos seus clientes.
Durante o passeio com o repórter de O MIRANTE, realizado na zona ribeirinha da Póvoa de Santa Iria, o casal explicou como uma dieta equilibrada pode começar com o simples gesto de substituir o sal refinado por salicórnias, uma planta que absorve o sal presente na água, rica em nutrientes, mas cujo teor de sódio é menos de metade do presente no sal tradicional. “Tal como se usava o mel para as sobremesas, hoje faz-se o mesmo com a Agave, uma planta muito usada como adoçante e erva medicinal para tratar problemas de digestão e possíveis lesões, por exemplo. Acima de tudo tentamos ensinar que é possível ter uma vida saudável ao mudar pequenos hábitos de consumo”, vincam.

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