Sociedade | 06-03-2022 10:00

“Iliteracia digital é o analfabetismo do século”

Vânia Neto, quadro da Microsoft, foi uma das oradoras da iniciativa Digital Innovation: Moving Forward, organizada pela Escola Superior de Educação do IPSantarém

Politécnico de Santarém organizou uma jornada de conferências sobre a necessidade das pessoas se adaptarem às novas tecnologias para singrarem no mercado de trabalho. Especialistas garantem que na próxima década o digital vai ter cada vez mais influência no sucesso das empresas.

“A iliteracia digital é o analfabetismo deste século. O sucesso no trabalho depende das competências que os recursos humanos têm na utilização das ferramentas digitais”. As afirmações são de Vânia Neto, quadro da multinacional Microsoft, que foi uma das oradoras na iniciativa “Digital Innovation: moving forward”, promovida pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém (IPS).
No encontro debateram-se os desafios da inovação e do digital na sociedade e no mercado de trabalho. O MIRANTE assistiu à conferência “The future of work”, que falou sobre os impactos da tecnologia no trabalho e a necessidade que os recursos humanos têm de se adaptar às ferramentas digitais para se tornarem uma mais-valia para as empresas. A sessão teve no painel de oradores Vânia Neto, da Microsoft, e Joaquim Godinho, da Metared Portugal, e foi moderada por António Campos, presidente da Comissão Executiva da Nersant, e pela professora Alcinda Reis.
Vânia Neto enumerou um conjunto de competências indispensáveis para um trabalhador marcar a diferença na sua empresa: “criatividade, colaboração, persuasão, adaptação, inteligência emocional, entre outras”. Revelou ainda, valendo-se de um estudo realizado pela Microsoft, que existem mais de 149 milhões de trabalhos na área digital. Através de um vídeo, a especialista passou a mensagem de que “não é o que a tecnologia pode fazer por nós que importa, mas sim o que nós podemos fazer com a tecnologia. Nós somos a voz, a tecnologia é o microfone”.
Joaquim Godinho realçou que o objectivo da inovação tecnológica é melhorar a experiência do utilizador e dar-lhe mais condições para se tornar uma mais-valia no mercado de trabalho. Deu como exemplos a evolução do 2G para o 5G e do telefone fixo para a telefonia via internet, para explicar que as empresas têm actualmente mais e melhores recursos para intervirem positivamente na sociedade. Joaquim Godinho apresentou um estudo que demonstra que em 2018 cerca de 71% do trabalho era realizado pelo ser humano e 29% por máquinas. O especialista não tem dúvidas que na próxima década estas percentagens vão aproximar-se cada vez mais. “Uma coisa é certa: no futuro o trabalho mudará, mas não vai desaparecer”, terminou.
As jornadas de inovação digital decorreram na quarta-feira, 23 de Fevereiro, e envolveram cerca de uma dezena de painéis. Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, também foi orador num dos painéis. Ao longo do dia, mais de uma centena de pessoas assistiu aos debates. A iniciativa teve como principal dinamizadora Maria Potes Barbas, professora coordenadora no Instituto Politécnico de Santarém.

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