A vaga de burlas a idosos que, nos últimos meses, atingiu os concelhos de Abrantes, Chamusca e Vila Nova da Barquinha, teve um novo episódio na região do Médio Tejo. Três mulheres, com idades entre os 30 e os 40 anos, fizeram-se passar por funcionárias da Segurança Social para assaltarem uma idosa de 84 anos, em Casal Martanes, na freguesia de Pedrógão, concelho de Torres Novas.
Os acontecimentos foram relatados a O MIRANTE pela filha da vítima, que preferiu não ser identificada, contando que a mãe, viúva, estava sentada no quintal a rezar o terço quando, por volta das 9h30, viu um carro cinzento estacionar perto da casa onde reside sozinha. As suspeitas, que vestiam bata branca e traziam máscara e luvas, questionaram se a idosa já teria levado a última dose da vacina para a Covid-19 e pediram-lhe que fosse buscar a medicação que toma habitualmente. Quando a senhora, que tem mobilidade reduzida e se move com andarilho, entrou em casa, as burlonas seguiram-na e invadiram a habitação, pela cozinha.
As suspeitas aplicaram um spray, primeiro nos braços e no peito da vítima e que depois borrifaram pelas diferentes divisões, alegando que servia para desinfectar. Apesar de nunca ter perdido os sentidos e de se recordar de todo o episódio, a idosa diz que depois de aplicado o spray se sentiu “muito calma” e “sem reacção”. Em cima da mesa a idosa tinha uma carteira com 40 euros e um telemóvel, mas embora tenham questionado a vítima sobre se teria dinheiro as suspeitas não levaram consigo nem o dinheiro nem o telemóvel. O alvo do assalto, consumado em poucos minutos, foram as joias que a idosa tinha numa mala, no valor de algumas centenas de euros.
Possivelmente atordoada pelo spray, a idosa só se apercebeu do roubo depois de as burlonas terem abandonado o local. Segundo a filha da vítima, o mesmo carro teria sido visto a rondar a casa de uma pessoa conhecida da família a poucos quilómetros, em Casal da Pinheira, no mesmo dia. Foi apresentada queixa formal às autoridades. Contactado por O MIRANTE, o Comando Territorial de Santarém da Guarda Nacional Republicana (GNR) afirma que o caso está a ser acompanhado e que estão a ser realizadas as diligências necessárias, mas não confirma se este caso está ligados aos que têm ocorrido em Abrantes, Chamusca e Vila Nova da Barquinha.