Sociedade | 05-10-2022 15:00

Margens de vala na Ribeira de Santarém transformadas em lixeira

João Cabral mostra a O MIRANTE o lixo que famílias nómadas que acampam perto da Fonte de Palhais, na Ribeira de Santarém, deixam na vala

Famílias nómadas que ali acampam deixam regularmente todo o tipo de resíduos. A zona está vedada, mas as barreiras amovíveis são retiradas. Município e empresa procederam recentemente a mais uma limpeza do local.

As margens da ribeira de Cabanas, que desagua no Tejo na Ribeira de Santarém, são regularmente usadas como lixeira. Sacos de plástico, garrafas, embalagens diversas e outros resíduos são deixados no local com frequência por famílias nómadas que ali acampam, conta João Cabral, veterinário municipal reformado, que todos os dias faz uma caminhada de manhã e não esconde a tristeza sempre que passa no local, perto da histórica Fonte de Palhais, e vê aquele amontoado de lixo.
“Ainda hoje me cruzei com um casal que estava a fazer os Caminhos de Santiago. Muitos peregrinos vêm de Artamarma, no planalto de Santarém, e descem pela Fonte de Palhais e passam por este local. Por acaso já não havia ninguém acampado mas o lixo é um péssimo cartão-de-visita para quem aqui passa e não são tão poucas pessoas quanto isso”, lamentou João Cabral a O MIRANTE, garantindo não ser contra nenhuma etnia – “mas todos temos direitos e deveres e deixar os locais por onde passamos limpos é o mínimo que podemos fazer”, acrescenta.
João Cabral mostrou a O MIRANTE a vala junto à ponte de Alcorce e a sujidade que por ali se vê. Com a água das chuvadas recentes o lixo foi subindo. “O que vale é que já não existem cheias como antigamente porque se calha a chover muito este lixo vai para o rio Tejo e a poluição aumenta ainda mais. Esta zona é de mais difícil limpeza por ter algum desnível”, diz. Nos dias seguintes o local foi mais uma vez limpo, num acção promovida pela Câmara de Santarém com o apoio de uma empresa estabelecida na cidade, disse o vereador Nuno Russo na última reunião de câmara.
Perto do local onde vários elementos de etnia cigana costumam acampar durante alguns dias existe uma barreira amovível da Câmara de Santarém a vedar a passagem para o local, mas o obstáculo é retirado e passam na mesma. Uma moradora que passou no local quando a reportagem de O MIRANTE lá se encontrava contou que junto à imagem de Santa Iria, algumas centenas de metros a jusante, também estava tudo “muito sujo” mas entretanto já foi limpo por funcionários da junta de freguesia. O vereador Nuno Russo disse na reunião de câmara de segunda-feira, 26 de Setembro, que a zona tem que ser vedada de forma eficaz para evitar os acampamentos no local.

Vereador promete guerra aos infractores
O vereador da Câmara de Santarém com o pelouro dos resíduos sólidos urbanos, Diogo Gomes, tem sido um feroz crítico de quem polui o espaço público e numa reunião de câmara em Maio último deixou a garantia que a autarquia vai começar a penalizar quem for detectado a não cumprir com as regras de deposição de resíduos. O autarca foi particularmente crítico com quem despeja entulho de obras e monos junto às estradas e nos campos. Uma situação que, sublinhou, se replica no concelho e na própria cidade, em zonas com a estrada das Quebradas e estrada da antiga carreira de tiro.

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