Sociedade | 14-02-2022 19:30

Miguel Castanho considera que ainda é cedo para aliviar as restrições anti-Covid

Miguel Castanho considera que ainda é cedo para aliviar as restrições anti-Covid

Investigador defende essas medidas só quando baixar mais a incidência e o número de mortos.

O investigador Miguel Castanho considerou que ainda é cedo para aliviar as restrições nesta fase da pandemia, defendendo ser necessário ter valores “bastante mais baixos” em termos de incidência, internamentos e óbitos por Covid-19.

“O que temos que decidir agora é qual é o ponto ideal para aliviar as restrições, que eu creio que não será já”, disse à agência Lusa o investigador do Instituto de Medicina Molecular, a dois dias da reunião que junta peritos e políticos, para avaliar a situação epidemiológica de covid-19 no país.

Para Miguel Castanho, o que há a fazer agora é reconhecer que todos os indicadores estão em fase descendente, nomeadamente a incidência, os internamentos e os óbitos. “O Rt [índice de transmissibilidade] está claramente inferior a 1, o que aponta para essa fase descendente (…) o número de vítimas mortais parece que começou a estabilizar, eventualmente a diminuir, mas não temos nada para celebrar porque o valor está bastante elevado”, com “um número absolutamente incomportável de mortes diárias”, sublinhou.

Apesar de, em termos proporcionais, o número de pessoas que morreram devido à variante Ómicron ser “muitíssimo menor” do que o observado com a Delta, como houve muitas pessoas infectadas, o número de mortes em termos absolutos “foi ainda bastante elevado”.

Sobre se estes óbitos por covid-19 poderão ter sido motivados por outras causas, o professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa afirmou ser “uma falsa questão”. “Ainda que a covid-19 só tenha agravado a outra doença, o que é certo é que é um factor de contributo para a morte ou para o agravamento da condição daquela pessoa”, que fica num risco muito maior, justificou, vincando que não se deve subestimar a gravidade da covid-19.

Voltando à questão sobre o alívio das restrições, Miguel Castanho disse que deve acontecer quando se atingir “valores bastante mais baixo” de incidência, internamentos e vítimas mortais. Estes valores devem aproximar-se dos definidos para a matriz de risco de 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias. “Agora ainda estamos à volta dos 6.000 [casos] só para termos uma noção do desfasamento em que estamos em relação aos parâmetros iniciais”, observou.

“Quando chegarmos a valores mais comparáveis com esses, quando estivermos claramente com um número de vítimas mortais bastante inferior ao que temos atualmente, e isso deverá ser no máximo metade daqueles que temos atualmente, aí estamos também mais próximos da primavera”, altura em que poderá ser adequado fazer uma revisão das medidas de contenção.

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