Sociedade | 16-08-2022 18:00

Moradores da Póvoa de Santa Iria preocupados com limpeza de terreno

Sebastião Amaral lamenta que um imbróglio aumente o risco de incêndio numa rua que já ardeu no passado

Vegetação por cortar preocupa os povoenses que há décadas assistem a um alijar de responsabilidades sobre a quem compete a limpeza dos terrenos nas traseiras da Rua do Alviela, onde passa uma conduta da EPAL. Moradores queixam-se e lembram que o matagal já ardeu no passado.

Nas traseiras da Rua do Alviela, na Póvoa de Santa Iria, entre os prédios 2 e 8, existe um terreno que não tem sido desmatado e representa um risco de incêndio que preocupa os moradores da zona. A situação está a gerar maiores receios sobretudo depois de há cinco anos ali ter havido um incêndio e as chamas atingirem o primeiro andar de um dos prédios, sem que depois ninguém assumisse as responsabilidades pela situação.
Na génese do problema está um braço de ferro entre a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) e a Câmara de Vila Franca de Xira, que não se entendem quanto à responsabilidade de cortar o mato da zona, na envolvente à conduta de água da EPAL que passa no local e abastece a cidade de Lisboa. O município explica que o terreno circundante aos condomínios, pertence à União de Freguesias da Povoa de Santa Iria e Forte da Casa e que a desmatação foi feita, mas como passa uma conduta de água pertencente à EPAL pelo terreno, toda a vegetação à volta desse canal é responsabilidade da empresa. No entanto não explicou se a empresa já foi ou não notificada para limpar o canavial. Contactada por O MIRANTE, a EPAL diz que o terreno não é sua propriedade e por isso entende que a sua limpeza e desmatação não são da sua responsabilidade.
Sebastião Amaral, morador na cidade há mais de quatro décadas, conta a O MIRANTE que se viveram momentos de aflição aquando do incêndio no terreno mas que de nada serviu uma vez que tudo se encontra no mesmo estado de descuido. “É inadmissível termos isto assim há mais de duas décadas. A única vegetação que é cortada é por quem tem hortas. Temos o chão repleto de palha que mete nojo e é uma vergonha. Ironicamente, no outro lado da estrada temos uma relva brilhante, cortada e verdejante. Pode ser que a autarquia veja o artigo e resolva fazer alguma coisa”, afirma.
O morador da Rua do Alviela, juntamente com um vizinho, decidiu procurar respostas junto do município ainda antes da temporada dos incêndios e do calor começar mas, até à data, não obtiveram resposta. Sebastião Amaral diz-se incrédulo com a situação. “Eu nem quero saber se o mato é responsabilidade da EPAL, da junta ou da câmara, por lei tem que ser cortado. Temos dois condomínios de luxo a nascer na lateral desta rua e quando procurei o empreiteiro para lhe explicar que com uma visão destas não seria fácil vender casas ele concordou comigo. Fui ao jardim-de-infância, que está rodeado de matagal, e também se demonstraram preocupados com a segurança, mas já vi que ninguém faz nada” lamenta.

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