Sociedade | 10-08-2022 10:00

Moradores de aldeia afectada por pedreira da Cimpor vão pedir suspensão da laboração

Casas dos moradores de A-dos-Melros estão a rachar e haverá vistoria técnica em breve

População de A-dos-Melros vai rubricar e remeter à Direcção-Geral de Energia e Geologia um requerimento pedindo a suspensão preventiva da laboração da pedreira da Cimpor, devido aos estragos de grandes proporções que as suas casas estão a sofrer. Câmara de Vila Franca de Xira comprometeu-se a ficar do lado dos moradores quando for consultada.

Os moradores da aldeia de A-dos-Melros, perto de Alverca, que estão a ver as casas e ruas da localidade danificadas, alegadamente devido à exploração próxima de uma pedreira da Cimpor, vão enviar um requerimento à Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) pedindo a suspensão preventiva da laboração da pedreira.
A comunidade quer que a DGEG avalie e se pronuncie sobre os efeitos de ter uma pedreira a laborar a pouca distância da aldeia e numa altura em que quase todas as casas começam a apresentar fendas de grandes dimensões nas paredes interiores e exteriores, loiças das casas de banho a estalar, muros a rachar e a ameaçar ruir e fortes tremores e sons de explosões.
Os moradores, pela voz de Julieta Carvalho, anunciaram a medida na última reunião de câmara onde pediram ao presidente da do município de Vila Franca de Xira para ser sensível aos apelos da comunidade quando o município for chamado a pronunciar-se sobre o assunto por parte da DGEG.
O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, não deixou margem para dúvidas e garantiu que estará sempre do lado dos moradores, pedindo que quando os moradores enviassem o requerimento à direcção-geral o pudessem também enviar para os serviços municipais, para que estes possam começar a trabalhar num parecer.
“É muito importante que nas casas ou locais em que haja danos nas propriedades, seja em poços, muros ou dentro de casa, formalizem esses danos e essas queixas, incluindo ruídos ou tremores, junto da câmara municipal. É muito importante que nos reclamem essas questões. Isso ajuda-nos a fazer pressão junto da Cimpor”, apelou o autarca. É a melhor forma de garantir que os lesados com a actividade da pedreira possam ser ressarcidos dos prejuízos que estão a sofrer, explicou o autarca, que pediu aos moradores para apresentarem queixas “casa a casa”.
Há dois anos, recorde-se, o primeiro sinal de que a exploração da pedreira estava a aproximar-se da pacata localidade foi dado com a instalação de uma rede de grandes dimensões no alto da encosta para impedir a queda de rochas de grandes dimensões. Depois vieram os rebentamentos sucessivos que, garante quem ali vive, estão a dar cabo das habitações.

Cimpor diz que cumpre os limites legais definidos

A licença de exploração da pedreira da Cimpor, conhecida por pedreira do Bom Jesus, data do final dos anos 60. O presidente do município já tinha defendido ser da maior importância que a Cimpor recue face aos limites que pode explorar e que se comprometa a fazê-lo. A empresa, no entanto, explica ter uma licença válida para toda a sua pedreira e garante estar a operar de acordo com o plano aprovado pelas autoridades ambientais. “Nela estão definidos os limites da exploração e não houve qualquer alteração aos mesmos”, avisa a Cimpor, garantindo que a actividade é monitorizada “de forma a salvaguardar os trabalhos que ali decorrem bem como todas as estruturas circundantes incluindo habitações”, sendo cumpridos, segundo a empresa, todos os limites legais definidos.

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