Sociedade | 03-02-2022 18:00

Morreu Joaquim Borrego um empresário de referência na agricultura da região

Joaquim Borrego, que fundou a empresa Borrego Leonor & Irmão há 54 anos em Almeirim, faleceu aos 83 anos

Joaquim Borrego foi o fundador há 54 anos de uma empresa que hoje é líder nacional no fornecimento de factores de produção para a agricultura.

Faleceu no último dia de Janeiro, o mês em que criou a empresa. Era visto como um amigo dos agricultores e um exemplo de relações comerciais honestas, fundamentais para fortalecer os alicerces da Borrego Leonor & Irmão.

Joaquim Borrego faleceu aos 83 anos deixando um legado de amizade e honestidade nas relações com os agricultores tendo ajudado muitos deles que não tinham possibilidade de pagar fornecendo os produtos e recebendo o dinheiro depois das colheitas. O empresário fez da Borrego Leonor & Irmão uma empresa de referência no sector, sendo hoje uma das dez melhores da Península Ibérica em fitofármacos. Reconhecida pela sua dinâmica e rigor, a empresa nasceu de uma pequena loja no centro de Almeirim e foi-se desenvolvendo ao longo de 54 anos fruto de muito trabalho do seu fundador.
Antes de fundar a empresa, em Janeiro de 1968, Joaquim Borrego trabalhava como técnico de contas para empresas destacando-se uma de alfaias agrícolas. Actividade que ainda acumulou com o negócio mas que teve de deixar quando a Borrego Leonor & Irmão começou a exigir-lhe mais tempo. No início distribuía os produtos de bicicleta aos agricultores depois de receber as encomendas feitas pelo vendedor de uma empresa que andava de porta em porta.
Apesar do crescimento da empresa Joaquim Borrego nunca deixou a sua faceta de agricultor e continuou a tratar dos seus terrenos. Era frequente vê-lo num tractor Renault cor de laranja a dirigir-se para os campos passando muitas vezes à porta dos seus armazéns, loja e escritório que com o crescimento passaram para um edifício perto da igreja paroquial.
Há uma história que reflecte a sua influência e o respeito que granjeou também junto dos fornecedores. Há um funcionário da Bayer que cortou a barba por causa de uma observação de Joaquim Borrego. Há uns anos o empresário ligou para um director da empresa em Portugal a dizer que tinha gostado de falar com o vendedor que tinha ido à empresa mas perguntou se a Bayer já contratava comunistas. O colaborador da Bayer recordou o episódio nas comemorações dos 50 anos da Borrego Leonor & Irmão contando que o director lhe perguntou se não se importava de cortar a barba. Joaquim Borrego foi o responsável por João Machado nunca mais ter deixado crescer a barba.
Joaquim Borrego é visto em Almeirim e na região como um amigo dos agricultores e respeitado pelos funcionários. Em 2010 passou a empresa para as mãos da filha, Paula Borrego, e nunca interferiu na gestão da empresa desde essa altura. A Borrego Leonor & Irmão distingue-se por uma das mais antigas do país na área dos factores de produção e por apostar em marcas líder de mercado. Comercializa fertilizantes sólidos e líquidos, sementes, rações para animais e uma grande diversidade de utensílios e acessórios sendo especialista no aconselhamento técnico agrícola. Conta com cerca de quatro dezenas de colaboradores e evidencia-se pela capacidade de disponibilização imediata de produtos. É líder de mercado, a nível nacional, em factores de produção e já foi distinguida com vários prémios de desempenho financeiro, entre outros.
O empresário estava doente há algum tempo mas mesmo debilitado cortou a fita das novas instalações na Zona Industrial de Almeirim, inauguradas em Agosto de 2020. O funeral realizou-se na terça-feira, 1 de Fevereiro, no cemitério de Almeirim. Joaquim Borrego era uma pessoa estimada entre os agricultores e um exemplo de visão e de honestidade na gestão e relação com os clientes.

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