José Roque foi um dos empresários de maior sucesso da região ribatejana e a sua vida está ligada à fundação de um negócio pioneiro no transporte rodoviário de passageiros no Ribatejo: a Camionagem Ribatejana.

O empresário tinha 101 anos e nos últimos meses o seu estado de saúde agravou-se com algumas quedas na sua casa, situada no bairro do Choupal, em Santarém. Depois de alguns dias internado no hospital, José Roque regressou a casa, mas voltou a ser internado nos últimos dias, tendo acabado por falecer na madrugada de terça-feira, 12 de Abril.

Em Dezembro de 2021, O MIRANTE esteve sentado à conversa com o empresário no seu escritório para falar do seu percurso de vida pessoal e como empresário de sucesso. Nesse dia, José Roque demonstrou continuar a ter uma opinião bem formada e ainda não tinha perdido o entusiasmado discurso quando era para criticar algo que não estava bem. Não gostava de falar da sua vida, mas abriu uma excepção para o nosso jornal por sentir que as pessoas deviam conhecer uma parte da história e do legado da sua família.

José Roque nasceu em Alcântara, Lisboa, e aos cinco anos veio para o Ribatejo, depois de um colega de trabalho do pai o ter desafiado para montar um negócio de transportes. Mudaram-se para Alqueidão do Mato, uma aldeia situada na freguesia de Alcanede. Ao seis anos já acarretava pedras para tapar buracos no caminho. Transportavam cerca de 20 passageiros por dia.

Entretanto mudaram-se para Santarém e começou a trabalhar como moço de recados. O negócio não parava de crescer e o pai, José Roque Dias, fundou a Camionagem Ribatejana em 1937. Por motivos de saúde o seu pai começou a abandonar a empresa, mas a transição foi pacífica porque teve sempre autonomia para decidir.

A Camionagem Ribatejana encerrou actividade em 1971 e nessa altura tinham instalações em Santarém, Almeirim, Montemor, Monsanto e Nazaré e uma frota com mais de 70 autocarros. Depois fundou a Roques Lda, que fazia, como ainda hoje faz, comércio de veículos, equipamentos e serviços. José Manuel Roque, sobrinho, e José Alberto Roque, filho, agarraram num negócio que ainda hoje é líder de mercado e emprega cerca de uma centena de pessoas.