Sociedade | 17-06-2022 18:26

<strong>Morreu o poeta João Rui de Sousa</strong> 

João Rui de Sousa o primeiro a contar da direita, com Luis Miranda Rocha, Joaquim Emídio e Pedro da Silveira em 1996 por altura do lançamento dos livros da Colecção Alma Nova

Faleceu hoje, dia 17 de Junho, em Lisboa, onde vivia, o poeta e crítico literário João Rui de Sousa. O autor de “Obstinação do Corpo” tinha 94 anos. A sua voz poética é considerada uma das mais importantes da poesia portuguesa das últimas gerações.

João Rui de Sousa era um dos últimos sobreviventes de uma grande geração de escritores que deixaram uma Obra de grande relevância poética como foi o caso de António Ramos Rosa, Herbert Hélder, Jorge de Sena, Eugénio de Andrade e Egito Gonçalves, entre muitos outros. As cartas com os seus contemporâneos, e um vasto espólio ensaístico, foram doados pelo autor em 2011 à Biblioteca Nacional, numa cerimónia realizada com a presença da família e de muitos amigos.

João Rui de Sousa editou com a chancela de O MIRANTE um dos seus títulos mais significativos (Obstinação do Corpo, em 1986), devido à amizade com o director do jornal, mas a sua Obra começou a ser publicada em 1966, e é uma das mais importantes da poesia portuguesa dos últimos anos.

Para além de um grande poeta, um dos que certamente ficará por muitos anos como uma referência, João Rui de Sousa tem obra ensaísta e crítica literária sobre a vida e a obra de muitos autores, entre eles Cesário Verde, Mário de Saa e Fernando Pessoa.

João Rui de Sousa era formado em Agronomia e licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas. Estreou-se nas letras na revista Cassiopeia (1955) – de que foi um dos fundadores, com António Ramos Rosa, José Terra, José Bento e António Carlos.

O corpo do poeta vai ainda amanhã, ás 17 horas, para a Igreja de Arroios, em Lisboa, e o funeral deverá ser domingo às 15 horas. 

Obras principais de João Rui de Sousa

·        A hipérbole na cidade: poema (1960)

·        Circulação (1960)

·        A habitação dos dias: poemas (1962)

·        A moral vitalista em Guyau e em Bergson: ensaio comparativo (1963)

·        Meditação em Samos (1970)

·        Corpo terrestre (1972)

·        O fogo repartido, 1960-1980 (1983)

·        Fernando Pessoa, empregado de escritório (1985)

·        Modernismo e intratextualidade na poesia de Mário Saa (1987)

·        Fotobibliografia de Fernando Pessoa (1988)

·        Este rio de quatro afluentes (1988)

·        Palavra azul e quando (1991)

·        Enquanto a noite, a folhagem (1991)

·        Sonetos de cogitação e êxtase (1994)

·        Obstinação do corpo (1996)

·        António Ramos Rosa ou o diálogo com o universo (1998)

·        Escríticas : tópicos sobre poesia (1999)

·        Os percursos, as estações (2000)

·        Obra poética 1960-2000 (2002)

·        Lavra e pousio (2005)

·        Quarteto para as próximas chuvas (2008)

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