Munícipe da Chamusca é notícia e resolve problema com dois anos em dois dias
Luís Vacas conseguiu que empresa retomasse trabalhos de substituição de telhas com amianto dois anos depois de terem mandado parar a obra. Resolução foi desencadeada por uma notícia de O MIRANTE. Munícipes sentem-se desprezados e injustiçados pelo presidente da Câmara da Chamusca.
Uma semana depois de O MIRANTE ter publicado a notícia de que Luís Vacas, um morador do Bairro 1º de Maio, na Chamusca, estava há cerca de dois anos à espera para substituir o telhado de fibrocimento (material que contém amianto) da sua casa, o assunto foi resolvido.
A 3 de Julho o nosso jornal contou a história de Luís Vacas e Fátima Gonçalves, que vive numa casa contígua à de Luís há 37 anos e que comprou há cerca de três anos. O sogro de Luís Vacas contratou uma empresa para mudar o telhado de amianto da casa onde o genro e a filha vivem com os filhos. O empreiteiro deixou o trabalho a meio por falta de um documento que licenciasse a obra e a situação manteve-se assim durante quase dois anos. Poucos dias depois de ter sido notícia, o empreiteiro recebeu um documento a autorizar a conclusão da obra e alguns elementos da ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho – estiveram no local a realizar a fiscalização.
“Disseram-me que era necessária uma licença e que teria que contratar os serviços de uma empresa, com sede em Ulme, que trabalha com o município. Estou há quase dois anos à espera que a Câmara da Chamusca passe a licença para acabar de substituir o telhado de amianto. Mas não posso contratar outra empresa senão a que o município determina”, explicou, na altura, Luís Vacas.
O município veio depois afirmar que as afirmações de Luís Vacas eram “completamente falsas” e que a Câmara da Chamusca nunca mandou à sua residência nenhum funcionário ou engenheiros. Luís Vacas sente-se “injustiçado” por o presidente do município afirmar que não está a dizer a verdade, garantindo que uma funcionária da autarquia esteve no local com dois engenheiros e mandou parar a obra.
Fátima Gonçalves vive em situação semelhante, mas como não consegue resolver o problema vai optar por um plano alternativo e pintar o telhado com tinta de protecção. Tem dois orçamentos para realizar a obra, sendo que o da empresa que o município sugere custa mais três mil euros do que o de outra empresa que contactou.
Fátima Gonçalves conta que antes da pandemia tentou falar com o presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado (PS), mas nunca conseguiu. “Fui à porta da câmara pedir para falar com o presidente e disseram-me que ele não estava, mas vi-o a entrar para o edifício. Simplesmente ele não quer saber dos problemas dos munícipes. Com este presidente somos esquecidos e estamos entregues à nossa sorte, ao contrário do que acontecia com o anterior presidente, Sérgio Carrinho, de quem temos saudades”, sublinha Fátima Gonçalves.