Sociedade | 06-10-2022 06:59

Nersant sem tesouraria e afundada em dívidas

Domingos Chambel esperou 10 anos como vice-presidente para substituir Salomé Rafael e passado dois anos a associação está com dificuldades financeiras

A direcção da Nersant, presidida por Domingos Chambel, fez desaparecer a associação do mapa da região; dificuldades financeiras e necessidade de um novo modelo de gestão parece estar a emperrar uma solução e a existência de três vices presidentes na direcção não está a resultar. Chambel conseguiu finalmente chegar a presidente, mas parece que lhe falta tempo para gerir a associação. Tentativa de cortar com a gestão de Salomé Rafael parece estar a correr mal.

A direcção da Associação Empresarial da Região de Santarém – Nersant discutiu recentemente, mais uma vez, o modelo de gestão da associação numa altura em que falta dinheiro em caixa para pagar os vencimentos de mais de duas dezenas de funcionários. O MIRANTE falou com um dos funcionários que diz que a Nersant está a atravessar a pior crise de sempre com a entrada de Domingos Chambel para a presidência.
Os últimos vencimentos já foram pagos mais tarde do que é habitual e a direcção esteve reunida a discutir a possibilidade de os próprios directores emprestarem dinheiro à associação. Segundo apuramos, Domingos Chambel recusa-se a pedir empréstimos para fazer a gestão da associação procurando ser coerente com aquilo que defendia enquanto foi vice-presidente de Salomé Rafael durante três mandatos.
Domingos Chambel tomou o poder na direcção da Nersant em assembleia-geral realizada em Junho de 2020, numa lista única candidata aos órgãos sociais, de acordo com uma sucessão que já vinha sendo preparada há vários anos, e que Salomé Rafael foi adiando até chegar a hora de se retirar e dedicar-se às suas escolas profissionais. Domingos Chambel fez uma pequena revolução na direcção em relação a alguns assuntos, mas noutros a Nersant regrediu e quase desapareceu. As dificuldades financeiras e a falta de tempo de Domingos Chambel para dedicar à gestão da associação estarão na origem de um descontentamento que já é manifesto na conversa com alguns associados.
Domingos Chambel quer alienar património, tal como afirmou na última assembleia-geral, mas nada disto pode ser feito de um dia para outro e no tempo em que a Nersant precisa para recuperar as contas, diz a O MIRANTE um dos associados que tem a quotização em dia, mas não participa na vida da associação como faz a grande maioria dos associados. A direcção, à falta de melhor, está a rescindir protocolos com algumas empresas como foi o caso da firma Morais Leitão (advogados) e a Terra Branca (comunicação), embora os números em causa para uma gestão financeira equilibrada da Nersant estejam longe destas medidas avulsas.
Recorde-se ainda que na assembleia-geral para prestação de contas que se realizou em final de Maio, Domingos Chambel teve que coaptar, de entre a meia dúzia de associados presentes na sala, o presidente da mesa para dirigir a assembleia-geral, já que o eleito, Francisco Mascarenhas, não apareceu até ao fim da sessão nem foi dada qualquer justificação para a falta de comparência do presidente nem dos outros quatro membros da mesa nomeadamente os representantes da Bindopor, Lda: José Costa Rodrigues; Amitrónica, Lda: Adriano Manata; Alarmes Segurança 24: Lda: Mário Dias e Insuflar, Lda: Rui Lopes.
Uma das críticas mais ouvidas à gestão de Domingos Chambel é a sua incapacidade para fazer funcionar o modelo de gestão que implementou com três vice-presidentes na direcção. Para quem acompanha de perto a gestão de Chambel, tanto António Rodrigues como João Lucas e Filipe Marques, não ajudam nada e é como se não existissem uma vez que Domingos Chambel faz deles figuras decorativas na gestão da Nersant ao contrário daquilo que seriam as intenções iniciais. “A Nersant vai morrer a curto prazo e vai ter que despedir muita gente” diz a O MIRANTE um dos funcionários que quer o anonimato porque precisa de trabalhar e é um dos que acompanha a associação há mais anos.
Recorde-se que a chegada de Domingos Chambel à presidência da associação teve alguns episódios pelo caminho que justificam uma tentativa de corte com o passado como parece que está a acontecer embora com pouco êxito. A meio do segundo mandato de Salomé Rafael, Domingos Chambel tentou uma lista de oposição, que acabou por não avançar por intervenção do antigo presidente da associação, José Eduardo Carvalho, que moderou as pretensões dos dois dirigentes. Foi público e notório durante os mandatos de Salomé Rafael que Domingos Chambel nunca foi um membro da direcção totalmente alinhado uma vez que sempre recusou dar avales nos bancos a quem a Nersant recorria quando precisava de financiamento ou de concretizar operações financeiras.
O MIRANTE escreveu ao presidente da Nersant colocando-lhe várias questões sobre as dificuldades da associação e a gestão que está a ser seguida, mas Domingos Chambel recusou responder dizendo que a notícia não tinha o sentido de informar e que era depreciativa .

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