Sociedade | 17-08-2022 12:00

Edição Semanal. Ninguém consegue fechar canil ilegal em Vale de Cavalos

Canil ilegal na Caniceira, Vale de Cavalos, alberga mais de sete dezenas de cães

Câmara da Chamusca notificou, em Abril deste ano, a dona do canil na Caniceira para demolir as instalações que albergam ilegalmente mais de 70 cães. Mais de três meses depois, o canil funciona nas mesmas condições, embora alguns vizinhos admitam que o barulho e os maus-cheiros não são tão recorrentes.

Mais de três meses depois da Câmara Municipal da Chamusca ter notificado a proprietária do canil ilegal na Caniceira, Vale de Cavalos, para demolir as instalações que albergam mais de 70 cães, a situação continua na mesma. Segundo os moradores queixosos, o município tinha dado um prazo de 60 dias para proceder à demolição do espaço. Os mesmos moradores garantem a O MIRANTE que o canil, situado na Rua do Carvalhal, continua a funcionar nas mesmas condições, embora reconheçam que o barulho e os maus cheiros não são tão incomodativos como eram.
Ainda assim, visto tratar-se de um caso de saúde pública, os vizinhos não compreendem como é que as autoridades e a câmara municipal não actuam, uma vez que lhes tinham garantido estarem empenhados em acabar com a situação por ser um risco para as pessoas.
A autarquia já conhece o caso há vários anos mas nunca tomou qualquer medida para alterar a situação. Teresa Amaro, dona do canil, disse a O MIRANTE que fez vários pedidos à câmara para licenciar o espaço mas nunca lhe responderam. Paulo Queimado (PS), presidente do município, desmentiu as alegações em sessão camarária de Abril, referindo, no entanto, que houve um pedido de licenciamento que está caducado.
Só depois do caso ter ganho visibilidade pública, através de várias notícias de O MIRANTE em Março e Abril, é que a autarquia agiu e notificou a proprietária para a demolição do canil, que está em Reserva Ecológica Nacional (REN), que impede construções. Antes da notificação, o delegado de saúde da Chamusca, André Arraia Gomes, disse a O MIRANTE que o canil representa, de facto, um perigo para a saúde e que deve ser encontrada uma solução no menor tempo possível, embora considere a situação complexa, tendo em conta a necessidade de “albergar tão grande número de animais”.
Recorde-se que a Unidade de Saúde Pública da Lezíria participou em visita multidisciplinar ao local e realizou a avaliação higio-sanitária tendo colaborado na elaboração de relatório técnico, dando parecer para a resolução do problema. Independentemente das diligências tomadas, inclusive as da GNR que levantou um auto de contra-ordenação por falta de licenciamento para hospedagem de animais de companhia, o canil continua a funcionar e a albergar dezenas de cães de forma ilegal.
O MIRANTE contactou por email o presidente da Câmara da Chamusca e o gabinete de apoio à presidência, questionando das razões para a demora no processo de demolição; se Paulo Queimado “não está preocupado tendo em conta o perigo para a saúde pública”, e de que forma “a autarquia vai agir perante a situação”. O e-mail teve uma resposta automática com o aviso que “o remetente encontra-se fora da entidade município da Chamusca”.

Paixão por animais vem de criança

Teresa Amaro, ex-bancária, reside na Caniceira há cerca de duas décadas. Na reportagem de O MIRANTE, publicada em Março deste ano, não escondeu que a paixão por animais a acompanha desde criança. Quando vivia em Lisboa tinha cães e foi voluntária em várias associações de bem-estar animal. Recentemente fez parte da associação de protecção animal da Chamusca mas acabou por sair devido a divergências. O facto de ter pertencido à associação faz com que muitas pessoas lhe liguem regularmente para ficar com os animais.

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