Ainda faz sentido uma câmara municipal gastar 60 mil euros por ano a financiar uma escola destinada a formar e ensinar meia dúzia de matadores de toiros em vez de investir esse dinheiro em eventos lúdicos para toda a comunidade escolar? Esta é uma das questões que o partido Pessoas, Animais, Natureza (PAN) vai levar a discussão na próxima sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, marcada para 29 de Junho (já depois do fecho desta edição) e que promete aquecer a discussão política em vésperas de mais umas festas do Colete Encarnado.
O PAN, através do seu eleito Nelson Batista, vai apresentar uma recomendação à Câmara de Vila Franca de Xira para que o município cesse de imediato o apoio financeiro e institucional à actividade de índole taurina da Escola José Falcão. “O PAN tem vindo a verificar que o novo executivo da câmara tem uma postura cada vez mais extremada no que à tauromaquia diz respeito, incluindo na promoção de eventos para crianças como “As crianças vão aos toiros” e o “Colete Encarnado infantil”, explica o eleito. Essas iniciativas, como o Colete Encarnado infantil, promovido no Clube Vilafranquense, incluíram demonstrações da escola de toureio.
A recomendação a ser apresentada lembra os riscos e perigos da actividade taurina e lembra que só em 2019 numa única largada do Colete Encarnado 25 pessoas ficaram feridas. “Esse número foi tão grande que o hospital da cidade teve de encaminhar feridos para Loures, Santa Maria e São José”, lembra o eleito do PAN. O partido pede que os 60 mil euros gastos anualmente na escola de toureio sejam canalizados para um grande evento lúdico-recreativo destinado a todas as crianças do primeiro ciclo do ensino básico.
“Se em vez de ter falecido uma criança nas esperas de toiros da Moita tivesse caído sem vida um miúdo nas ruas de Vila Franca de Xira, quanto do sangue dele estaria nas vossas mãos neste momento?”, questiona e alerta Nelson Batista. O autarca referia-se a um jovem de 15 anos que foi perfurado na garganta por um toiro durante uma das esperas da Feira de Maio que se realizou este ano na Moita.
O Comité dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas, recorde-se, já tinha manifestado a Portugal as suas preocupações com a integridade das crianças envolvidas em espectáculos tauromáquicos, quer enquanto espectadores quer como participantes. “O Comité recomenda que o Estado estabeleça uma idade mínima para participação e assistência em touradas e largadas de touros, inclusive em escolas de toureio a 18 anos, sem excepção, e sensibilize os funcionários do Estado, a imprensa e a população em geral sobre efeitos negativos nas crianças, inclusive como espectadores, da violência associada às touradas e largadas”, lê-se no documento das Nações Unidas.
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