Sociedade | 24-06-2022 20:59

<strong>PAN de VFX avança contra iniciativas taurinas destinadas a crianças</strong>

Partido vai levar uma recomendação a discussão na próxima assembleia municipal exigindo também que cessem os apoios da câmara à escola de toureio José Falcão.

Ainda faz sentido uma câmara municipal gastar 60 mil euros por ano a financiar uma escola destinada a formar e ensinar matadores de toiros em vez de investir esse dinheiro em eventos lúdicos para toda a comunidade escolar? Esta é uma das questões que o partido Pessoas, Animais, Natureza (PAN) vai levar a discussão na próxima Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira no dia 29 de Junho e que promete aquecer a discussão política em vésperas de mais um Colete Encarnado.

O PAN, através do seu eleito Nelson Batista, vai apresentar uma recomendação à câmara municipal para que o município cesse de imediato o apoio financeiro e institucional à actividade de índole taurina da escola José Falcão, no mesmo mês em que se assinala o dia mundial da criança.

“O PAN tem vindo a verificar que o novo executivo da câmara tem uma postura cada vez mais extremada no que à tauromaquia diz respeito, incluindo na promoção de eventos para crianças como “As crianças vão aos toiros” e o “Colete Encarnado infantil”, explica o eleito. Essas iniciativas, como o Colete Encarnado infantil promovido no Clube Vilafranquense incluíram demonstrações da escola de toureio.

A recomendação a ser apresentada lembra os riscos e perigos da actividade taurina e lembra que só em 2019 numa única largada do Colete Encarnado 25 pessoas ficaram feridas. “Esse número foi tão grande que o hospital da cidade teve de encaminhar feridos para Loures, Santa Maria e São José”, lembra o eleito do PAN. O partido pede que os 60 mil euros gastos anualmente na escola de toureio sejam canalizados para um grande evento lúdico-recreativo destinado a todas as crianças do primeiro ciclo do ensino básico. “Quando morrer uma criança nas nossas esperas de toiros o que iremos fazer?”, questiona e alerta Nelson Batista.

O Comité dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas, recorde-se, já tinha mostrado a Portugal as suas preocupações com a integridade das crianças envolvidas em espectáculos tauromáquicos, quer enquanto espectadores como participantes. “O Comité recomenda que o Estado estabeleça uma idade mínima para participação e assistência em touradas e largadas de touros, inclusive em escolas de  toureio a 18 anos, sem excepção, e sensibilize os funcionários do Estado e a população em geral sobre efeitos negativos nas crianças, inclusive como espectadores, da violência associada às touradas e largadas”, lê-se no documento das Nações Unidas.

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