Para proteger população de pedreira da Cimpor câmara avança para tribunal
Moradores da aldeia de A-dos Melros, Vila Franca de Xira, andam há dois anos a queixarem-se de danos nas suas casas, como fendas nas paredes e louças de casa de banho estaladas, que atribuem a uma pedreira da Cimpor
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira anunciou esta quarta-feira, em reunião do executivo, que o município vai avançar com uma ação popular administrativa no Tribunal Administrativo de Lisboa, com o objectivo de garantir uma faixa alargada de proteção entre a pedreira da CIMPOR e a localidade de À-dos-Melros. Fernando Paulo Ferreira já deu instruções aos serviços jurídicos para prepararem o processo com vista a, explica, garantir a segurança das habitações e o direito dos moradores à tranquilidade e ao sossego.
O autarca diz que vai reunir com a população, para que esta se constitua testemunha no processo e pedir que as pessoas arranjem elementos de prova que suportem a acção.
Fernando Paulo Ferreira informa ainda que vai reunir com LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, com a pretensão de “programar a instalação de uma rede de medidores fora da área da pedreira para monitorizar vibrações e estruturação da consequente análise do nexo de causalidade de danos verificados”.
Os moradores da aldeia de A-dos-Melros, perto de Alverca, queixam-se há dois anos de danos nas suas casas e atribuem o problema à pedreira da cimenteira. Recentemente os habitantes pediram a suspensão preventiva da laboração da pedreira num requerimento enviado à Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
A Cimpor diz que uma licença válida para toda a sua pedreira, obtida nos anos 60, salientando que está a operar no local de acordo com o plano aprovado pelas autoridades ambientais. A empresa refere ainda que a actividade é monitorizada e que são cumpridos todos os limites legais definidos.