Reactivação de aviários alarma moradores de Santa Sofia em VFX
Fonte bem informada diz a O MIRANTE que os aviários desactivados há duas décadas na zona de Santa Sofia poderão estar a preparar-se para voltar a funcionar, situação que iria trazer impactos nocivos à comunidade. A câmara nega ter recebido qualquer pedido de licença.
Caso venha a confirmar-se o relato que uma fonte bem informada transmitiu a O MIRANTE esta semana de que estará em curso um plano para reactivar os antigos aviários situados no alto de Santa Sofia em Vila Franca de Xira, a situação será prejudicial para a qualidade de vida da população, alertam os residentes da Urbanização Quinta do Bulhão, situada a pouco mais de um quilómetro do local.
A Câmara de Vila Franca de Xira e o seu presidente, Fernando Paulo Ferreira, nega ter recebido qualquer pedido de licença de utilização dos pavilhões existentes em Santa Sofia e acrescenta que os processos existentes nos serviços municipais sobre aqueles pavilhões “encontram-se sem desenvolvimento há mais de 20 anos” e que, por isso, foram arquivados em Maio de 2021.
A fonte do nosso jornal, leitora e ex-autarca em Lisboa e em Vila Franca de Xira, não tem dúvidas de que estarão a haver movimentações de bastidores com vista a instalar na cidade um conjunto de aviários de criação de perus, alegadamente, pelo grupo Valouro, que foram mandados encerrar na Serra del Rei, concelho de Óbidos, e que deverão passar para os pavilhões desactivados na zona de Santa Sofia.
O MIRANTE contactou o Grupo Valouro sobre este assunto mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição. “Para já é apenas uma informação que circula mas normalmente onde há fumo há fogo. Do que sabemos, o mesmo grupo empresarial que explorava esses aviários estará a preparar-se para, em consórcio, avançar com uma proposta para laborar em Santa Sofia e que a Câmara de Vila Franca de Xira até já terá pedido uma licença de utilização de 70 mil euros pelos pavilhões”, conta a mesma fonte a O MIRANTE.
Os residentes temem essa possibilidade e pedem que o assunto seja devidamente escrutinado pelos autarcas. “Se aqueles aviários voltarem a laborar vão desgraçar-nos a vida”, diz um outro morador da Quinta do Bulhão que pondera vender o apartamento onde vive caso isso venha a acontecer. “Com o vento que desce a encosta os maus cheiros e as moscas seriam insuportáveis”, teme.
Os aviários na zona de Óbidos foram encerrados depois de uma longa batalha junto das entidades do ambiente por parte das Câmaras de Óbidos e Peniche e dos promotores de dois empreendimentos turísticos do local, incluindo o Marriott Golf & Beach Resort. Essas entidades pediram a redução da produção devido aos impactos causados, sobretudo excesso de moscas e melgas na zona e maus-cheiros provenientes das camas da criação de perus.
A Câmara de Óbidos chegou mesmo a considerar, numa carta enviada à Agência Portuguesa do Ambiente, que a actividade turística não podia ser compatível com a exploração de uma unidade desse tipo. Nas suas contestações a empresa sempre garantiu seguir as melhores práticas de redução dos impactos causados pela exploração e cumprir com a licença ambiental emitida.