Sociedade | 28-09-2022 19:39

Reactivação de aviários alarma moradores de Santa Sofia em VFX

Antigos aviários são visíveis da estrada que liga Santa Sofia ao Farrobo em Vila Franca de Xira

Fonte bem informada diz a O MIRANTE que os aviários desactivados há duas décadas na zona de Santa Sofia poderão estar a preparar-se para voltar a funcionar, situação que iria trazer impactos nocivos à comunidade. A câmara nega ter recebido qualquer pedido de licença.

Caso venha a confirmar-se o relato que uma fonte bem informada transmitiu a O MIRANTE esta semana de que estará em curso um plano para reactivar os antigos aviários situados no alto de Santa Sofia em Vila Franca de Xira, a situação será prejudicial para a qualidade de vida da população, alertam os residentes da Urbanização Quinta do Bulhão, situada a pouco mais de um quilómetro do local.
A Câmara de Vila Franca de Xira e o seu presidente, Fernando Paulo Ferreira, nega ter recebido qualquer pedido de licença de utilização dos pavilhões existentes em Santa Sofia e acrescenta que os processos existentes nos serviços municipais sobre aqueles pavilhões “encontram-se sem desenvolvimento há mais de 20 anos” e que, por isso, foram arquivados em Maio de 2021.
A fonte do nosso jornal, leitora e ex-autarca em Lisboa e em Vila Franca de Xira, não tem dúvidas de que estarão a haver movimentações de bastidores com vista a instalar na cidade um conjunto de aviários de criação de perus, alegadamente, pelo grupo Valouro, que foram mandados encerrar na Serra del Rei, concelho de Óbidos, e que deverão passar para os pavilhões desactivados na zona de Santa Sofia.
O MIRANTE contactou o Grupo Valouro sobre este assunto mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição. “Para já é apenas uma informação que circula mas normalmente onde há fumo há fogo. Do que sabemos, o mesmo grupo empresarial que explorava esses aviários estará a preparar-se para, em consórcio, avançar com uma proposta para laborar em Santa Sofia e que a Câmara de Vila Franca de Xira até já terá pedido uma licença de utilização de 70 mil euros pelos pavilhões”, conta a mesma fonte a O MIRANTE.
Os residentes temem essa possibilidade e pedem que o assunto seja devidamente escrutinado pelos autarcas. “Se aqueles aviários voltarem a laborar vão desgraçar-nos a vida”, diz um outro morador da Quinta do Bulhão que pondera vender o apartamento onde vive caso isso venha a acontecer. “Com o vento que desce a encosta os maus cheiros e as moscas seriam insuportáveis”, teme.
Os aviários na zona de Óbidos foram encerrados depois de uma longa batalha junto das entidades do ambiente por parte das Câmaras de Óbidos e Peniche e dos promotores de dois empreendimentos turísticos do local, incluindo o Marriott Golf & Beach Resort. Essas entidades pediram a redução da produção devido aos impactos causados, sobretudo excesso de moscas e melgas na zona e maus-cheiros provenientes das camas da criação de perus.
A Câmara de Óbidos chegou mesmo a considerar, numa carta enviada à Agência Portuguesa do Ambiente, que a actividade turística não podia ser compatível com a exploração de uma unidade desse tipo. Nas suas contestações a empresa sempre garantiu seguir as melhores práticas de redução dos impactos causados pela exploração e cumprir com a licença ambiental emitida.

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