Sociedade | 13-05-2022 18:00

Residência para estudantes em Santarém sem financiamento do PRR

João Moutão lamenta que a maior parte das candidaturas aprovadas, para criação de mais alojamento para estudantes, tenha privilegiado os grandes centros urbanos do litoral

O Politécnico de Santarém quer criar mais alojamento para estudantes e tem um projecto de 4 milhões para os antigos blocos de apartamentos dos oficiais da Escola Prática de Cavalaria, cedidos pelo município. A primeira candidatura ao dinheiro da ‘bazuca’ foi rejeitada mas o instituto vai insistir. Maioria das candidaturas aprovadas estão localizadas nos grandes centros urbanos do litoral.

O projecto do Politécnico de Santarém, para criação de residências de estudantes nos antigos apartamentos dos oficiais da Escola Prática de Cavalaria, não teve financiamento aprovado por parte do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do Programa Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. E sem fundos europeus não avançam as obras de requalificação daqueles blocos habitacionais, devolutos há mais de uma dúzia de anos e que foram cedidos pelo município ao instituto.
“O valor do projecto de transformação destes edifícios em residência de estudantes ronda os 42 mil euros e para a construção da residência serão necessários cerca de 4 milhões permitindo disponibilizar 120 novas camas em Santarém”, explicou a O MIRANTE o presidente do Instituto Politécnico de Santarém. João Moutão acrescenta que, “infelizmente, cerca de dois terços das candidaturas aprovadas estão localizadas nos grandes centros urbanos do litoral”, lamentando que “a candidatura que incluía os apartamentos dos antigos oficiais da EPC não foi considerada como relevante por parte do painel de avaliação”.
Dada a importância do projecto, bem como o aumento do número de alunos, a maior parte deles oriundos de fora da região, João Moutão diz que está a ser considerada a candidatura a outros avisos do PRR, seja no âmbito do reforço de verbas para a construção de residências de estudantes, seja ao nível de outros programas de habitação.

Candidaturas das Escolas Agrária e de Educação seguem em frente
Mas nem tudo são más notícias, pois duas das candidaturas feitas pelo IPSantarem passaram à próxima fase, pelo que existe a possibilidade de triplicar a oferta de camas na actual residência da Escola Superior Agrária, que ficará com 75 camas, e pôr em funcionamento 50 camas numa residência na Escola Superior de Educação. Soma-se a isso a construção, em curso, da residência de estudantes da Escola Superior de Desporto de Rio Maior que João Moutão espera ter em funcionamento no final de 2023. “Também estamos abertos e a tentar parcerias com privados com o mesmo objectivo, isto é, aumentar a oferta de camas para os nossos alunos”, sublinha.
João Moutão contextualiza a necessidade de mais alojamento referindo que nos últimos quatro anos o número de estudantes do IPSantarém passou de 3.578 para cerca de 4.500 estudantes. “Só no último ano o aumento foi de 349 estudantes, a maioria dos quais estudantes deslocalizados que necessitam de alojamento em Santarém. O mesmo se passa com os estudantes internacionais que no último ano lectivo de 2021-2022 aumentaram de 123 para 209 estudantes, ou seja, um aumento de 70%”, diz.
E reforça vincando que “estes números animadores de atracção de novos estudantes para a região apenas serão sustentáveis a médio prazo se se criarem condições acessíveis de alojamento destes estudantes em Santarém”. Foi nesse sentido, aliás, que a Câmara de Santarém cedeu os apartamentos dos antigos oficiais da EPC para efeitos de elaboração de candidatura ao PRR no âmbito do Programa Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, que tem um envelope financeiro de 375 milhões de euros e visa criar 15 mil camas a custo controlado no país até 2026.

Distrital do PSD lamenta

A distrital do PSD de Santarém também lamentou, em comunicado, que a maioria das candidaturas aprovadas no âmbito do Programa Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis tenha sido nos grandes centros urbanos, referindo que “apenas uma verba escassa vai para os estabelecimentos de ensino do distrito de Santarém”. E refere o exemplo da Câmara de Santarém, que disponibilizou apartamentos para serem transformados em residências de estudantes. “Sem comparticipação do Estado o Politécnico de Santarém não tem capacidade financeira para fazer a obra e fica sem hipótese de criar mais camas para estudantes universitários”, concluiu o líder da distrital, João Moura.”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1722
    25-06-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1722
    25-06-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1722
    25-06-2025
    Capa Vale Tejo