Nos bairros dos estabelecimentos prisionais de Alcoentre e Vale Judeus, no concelho de Azambuja, moram cerca de duas dezenas e meia de famílias, algumas há mais de 40 anos. Nas últimas semanas pelo menos 16 delas começaram a receber cartas da Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais para em 90 dias deixarem as suas casas sob pena de serem despejados, mas os moradores, ex-trabalhadores das prisões dizem não ter condições económicas para se mudar.
Nestes bairros, que têm mais de 200 habitações, propriedade do Estado, vivem apenas 10 funcionários destes estabelecimentos prisionais. A maioria das casas está ao abandono há décadas, com telhados esburacados, janelas e portas partidas. As que vão mantendo condições de habitabilidade devem-se a estes moradores que foram investindo em obras de melhoramentos.
A Direcção Geral dos Serviços Prisionais, em resposta a O MIRANTE, diz que tal decisão se deve à necessidade de normalização e racionalização destas casas, após terem sido identificados casos de irregularidades. No entanto, ressalva a mesma entidade, as situações de grande sensibilidade social serão a seu tempo objecto de ponderação e eventual inserção em programas públicos de apoio social e realojamento.
Esta é uma reportagem que pode ler na próxima edição semanal de O MIRANTE.