Humildade e determinação são a base do sucesso do treinador Jorge Miguel

Humildade e determinação são a base do sucesso do treinador Jorge Miguel

O treinador de atletismo Jorge Miguel apresentou, em Assentiz, o seu segundo livro, intitulado “Histórias Verídicas”. A iniciativa contou com a presença de meia centena de amigos que destacaram como principais características do treinador a simplicidade e determinação.

José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, e Inês Henriques, campeã do mundo em marcha atlética, consideram que Jorge Miguel foi uma lufada de ar fresco no atletismo em Portugal.

Jorge Miguel apresentou na tarde de sábado, 22 de Janeiro, o seu novo livro que conta vários episódios e momentos da sua carreira de mais de quatro décadas como treinador de atletismo em Rio Maior. O lançamento de “Histórias Verídicas” foi realizado em Assentiz, no Café Zezica, que pertence à sua família, e contou com a presença de mais de meia centena de amigos que, entre abraços e sorrisos, elogiaram a determinação do treinador em querer ser o melhor sem nunca ter esquecido a família e as pessoas que o ajudaram a ter sucesso na sua caminhada.
“Este livro é uma homenagem aos meus amigos de Assentiz que tiveram, e continuam a ter, um papel fundamental no meu crescimento como ser humano. O meu sucesso enquanto treinador só foi possível porque nunca abandonei os princípios e valores que o convívio com as pessoas desta aldeia me deu”, afirma, com emoção.
O MIRANTE é responsável pela edição do livro, tal como foi em “De padeiro a treinador de campeãs do mundo”, o primeiro livro do autor. Os livros, explica, nasceram da vontade dos seus amigos em ler no papel as histórias da época de ouro do atletismo em Rio Maior. Jorge Miguel foi treinador de atletas como Susana Feitor, Vera Santos, dos irmãos Sérgio e João Vieira, e actualmente continua a treinar Inês Henriques, atleta que se sagrou em 2018 campeã do mundo de marcha atlética.
“Consegui levar seis atletas aos Jogos Olímpicos porque nunca me afastei do caminho. Estabeleci o meu método de treino e sempre disse, e continuo a dizer, que são os atletas que têm que se adaptar ao treinador. No dia em que não acreditar no meu método sou um treinador falhado porque não vou conseguir passar a mensagem. Como qualquer bom empresário temos de acreditar no nosso projecto”, sublinha.
Inês Henriques tem feito carreira de braço dado com Jorge Miguel e diz que o seu mentor tem a capacidade para conseguir o melhor dos seus atletas. Conhece-o desde os 12 anos quando começou a praticar marcha e diz que nunca colocou em causa as suas ideias porque ambos se regem pelos mesmos princípios e valores. “Nunca deixámos de ser quem somos por causa do sucesso ou das vitórias. Tenho muita confiança nele, às vezes mais do que em mim própria. Temos discussões, mas sempre fizeram crescer a nossa relação de mais de três décadas”, recorda a experiente atleta que continua a somar títulos, acrescentando que vai treinar com Jorge Miguel até ao final da sua carreira.


ASSOCIAÇÕES PRECISAM DE MEIOS PARA CAPTAR E FIXAR JOVENS

José Manuel Constantino leu o livro e escreveu no prefácio que “Jorge Miguel é um cidadão completo, que lutou e venceu. Um exemplo que importa reconhecer e divulgar. Viver também é isto: partilhar as experiências que a vida nos proporcionou”. Em conversa com O MIRANTE, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) acrescenta que Jorge Miguel nunca se cansou de aprender e de tentar ser o melhor. “Muitos treinadores não partilham as suas angústias e dificuldades, mas o Jorge Miguel teve sempre a humildade de reconhecer que nem sempre é dono da razão e procurou saber sempre mais em termos técnicos e de como conseguiria passar melhor a mensagem para os seus atletas”, vinca.
José Manuel Constantino, que deixou Santarém aos 17 anos para ir tirar o curso superior de Educação Física em Lisboa, não hesita em afirmar que o treinador de Rio Maior foi uma lufada de ar fresco no atletismo da região ribatejana e que é graças a ele que o Ribatejo vai estar para sempre associado a grandes conquistas. O dirigente, em jeito de desabafo, diz que é preciso mais gente com vontade de pertencer ao movimento associativo e que se deve dotar as colectividades desportivas de meios que permitam cativar os jovens e ao mesmo tempo fixá-los. “Isso requer um reforço do tecido associativo local e um esforço suplementar das autarquias para motivar os jovens para a prática desportiva e aquisição de hábitos de vida saudáveis”, vinca.

Artigo publicado em 30-01-2022

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