Última Página de Honra | 22-05-2025 07:00

Última Página de Honra

Última Página de Honra
Gabriel Lopes da Silva, Joaquim Silva e Francisco da Silva

O campino é a figura mais representativa do Ribatejo, porventura a que vai sobreviver muitos séculos depois dos verdadeiros campinos desaparecerem dos campos da Lezíria e da Charneca ribatejana.

O campino é a figura mais representativa do Ribatejo, porventura a que vai sobreviver muitos séculos depois dos verdadeiros campinos desaparecerem dos campos da Lezíria e da Charneca ribatejana. Certamente vão sobreviver ao longo dos séculos como figurantes em cortejos ou animadores de feiras e romarias. Por enquanto, o Ribatejo ainda tem ganadarias em que é possível ver campinos a trabalhar, mas já são bem poucos. Ter a sorte de nascer no Ribatejo e poder ver de perto toiros e campinos não é para todos. Mesmo que muitos de nós vivam de olhos brilhantes só pelo facto de, uma vez por ano, os vermos passar na estrada numa entrada de toiros na Azambuja, na Chamusca ou em Vila Franca de Xira. Mesmo assim, a maioria desses campinos que vemos nas entradas de toiros já só vestem meia dúzia de vezes por ano os calções apanhados abaixo do joelho, a faixa vermelha, o colete encarnado, o barrete verde com borla, camisa e meias brancas, sapatos pretos com esporas, e agarram no pampilho mesmo que a intenção não seja sair para guiar o gado.
Em véspera da festa da Ascensão O MIRANTE recorda três figuras com história:
Francisco da Silva fez-se campino ao mesmo tempo que aprendia os números e as letras do alfabeto na herdade que foi simultaneamente posto de trabalho e de ensino. Aos 66 anos foi o escolhido para ser homenageado na Feira de Maio, em Azambuja. Francisco Manuel da Silva foi para a casa Infante da Câmara aos 22 anos e hoje, aos 67 anos, por lá continua.
Gabriel Lopes da Silva e Joaquim José Silva são mais duas referências no mundo da campinagem; têm ainda uma ligação a O MIRANTE que não deixaremos passar em branco: Gabriel e Joaquim são filhos de Manuel José da Úrsula, um campino e ganadeiro nascido na Chamusca, que enquanto viveu e teve forças deu à sua terra o melhor que tinha e sabia. Gabriel Lopes da Silva foi o campino homenageado em Benavente no ano de 2017 depois de no ano anterior terem homenageado o seu irmão Joaquim José, uma dupla que é recorrente vermos nas praças de toiros a conduzirem os cabrestos. Esta última página de honra é para os três campinos mas em forma de homenagem a todos aqueles que vestem a jaqueta.

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