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“São as pessoas mais velhas que continuam a comprar jornais locais e regionais”

A frase do senhor Adelino Neto, proprietário da Papelaria e Livraria Clipneto, em Tomar, fez-me reflectir sobre os jornais em papel e o seu eventual desaparecimento, que anda há anos a ser anunciado mas ainda não foi concretizado.
Pessoalmente ando a considerar a possibilidade de voltar a ler jornais em papel uma vez que cada vez estou mais descontente com as edições online. O que me faz encarar essa possibilidade é um conjunto de vantagens que resumo desta forma:
Quando abro um site de um jornal online no meu tablet ou smartphone, não consigo ler uma notícia do princípio ao fim sem estar a ser interrompido de dois em dois segundos com publicidade que não pára de surgir no ecrã ou na forma dos chamados “pop-ups” publicitários ou na forma de anúncios que são colados nos intervalos entre cada três ou quatro linhas. Na prática sou obrigado a apenas ler os títulos pois de cada vez que clico num em vez de me darem o texto dão-me publicidade.
Claro que posso comprar algumas edições em pdf (ficheiros com as imagens de cada página) mas é desagradável estar sempre a aumentar e diminuir colunas de texto para ler e a leitura em vez de ser um prazer é uma sessão de ginástica para os meus dedos.
As notícias dos sites gratuitos são aquelas notícias dos crimes, dos divórcios de famosos, de fofocas das redes sociais e casos que antes eram notícia apenas no Jornal do Incrível. Muitas vezes para não dar muito trabalho, em vez do jornalista escrever um texto, o site reproduz um vídeo das declarações do político, do futebolista ou do comentador, deixando de haver informação para haver apenas amplificação acrítica de imagens e sons.
Resumindo, eu diria que chegará o dia em que o senhor Adelino Neto ou outro qualquer dono de uma papelaria ou um quiosque poderá dizer que quem compra jornais (em papel) são as pessoas que querem realmente ler notícias e que o querem fazer com comodidade.
Fernando de Carvalho

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