Crónicas do Brasil | 12-04-2024 08:42

O X da questão

Vinicius Todeschini

Elon Musk foi maltratado pelo pai, aliás, Hitler também, parece que alguns filhos maltratados pelo pai podem se tornar uma ameaça para a humanidade, no caso de Hitler já aconteceu, no caso de Musk está acontecendo. Os capitalistas desta envergadura não temem o futuro porque para eles, que podem ter tudo o que o dinheiro pode comprar, o futuro é agora.

A Extrema-direita sente que é o seu momento e salta para o futuro com muito dinheiro e os inimigos da democracia abrigados em seu imenso guarda-chuva, empunhado -na linha de frente- por Elon Musk e Donald Trump. Estão cada vez mais à vontade para atacar as instituições dos países que sustentam o Estado de Direito e estão alinhados a um projeto de domínio de mentes e corações via fake news, porém não só as publicam, como as sustentam até virarem mitos, mesmo que sejam esdrúxulos e mentecaptos. Ameaçam nações que mantém governos democráticos, dentro dos limites da constitucionalidade e que nunca foram atacadas assim. O seu escopo é muito claro, trata-se de dominar as mentes para lucrar com os corpos e sem limite nenhum, mesmo que sejam limites naturais, como os recursos que o planeta dispõe para a manutenção da vida. Caíram as últimas barreiras para a ganância e para a falta de escrúpulos.

Elon Musk foi maltratado pelo pai, aliás, Hitler também, parece que alguns filhos maltratados pelo pai podem se tornar uma ameaça para a humanidade, no caso de Hitler já aconteceu, no caso de Musk está acontecendo. Os capitalistas desta envergadura não temem o futuro porque para eles, que podem ter tudo o que o dinheiro pode comprar, o futuro é agora. Donald Trump tem a sua própria rede social e mesmo liberado por Musk, não voltou a usar o X, mesmo que a Truth Social, nome da sua rede, tenha tido no ano passado um prejuízo de $73 milhões. Todas as apostas do magnata americano estão nas eleições deste ano, Trump está convicto que vencerá Biden e para isso espalha bravatas, sendo a mais famosa, atualmente, a de que acabaria com a Guerra da Ucrânia em 24 horas. O seu plano, que vazou, é simplista e inviável, mas mesmo tendo sido dissuadido pelos seus pares a sua ideia persiste. Na sua cabeça de capitalista de mercado acostumado a ganhar e perder bilhões de um dia para o outro, virtualmente, Trump propõe que a Ucrânia ceda territórios à Rússia em troca da paz, o que os ucranianos sempre deixaram claro que jamais aceitarão. A posição de Trump denota o seu delírio de grandeza e aponta claramente para uma ameaça ainda maior à Europa, porque seria um aval para Putin.

Aqui no Brasil os inquéritos da Polícia Federal seguem e Bolsonaro, recorrentemente, tem ataques histéricos ante a possibilidade de ser preso. As suas declarações patéticas soam para os ouvidos do grande lumpesinato a seu dispor como uma espécie de “grito do martirizado”, quando não passam da mesma cantilena covarde de um sujeito que subiu na política usando de todos os mecanismos sujos possíveis e até os improváveis, como no caso do factível 8 de janeiro de 2022. As suas ações corroboram a sua falta de compromisso com a verdade e com os seus atos. Um sujeito pusilânime que atentou de todas as formas ao seu dispor contra a democracia brasileira e perdeu, entretanto, mesmo inelegível, continua no jogo e agindo da mesma forma. Bolsonaro é um caso clássico de mentiroso compulsivo que chora, mas não tem coragem para assumir o que fez. Os que o defendem estão alinhados com a ideologia mais infame, aquela que discrimina pessoas pela origem, pela posição social, pela sexualidade e pelas ideias.

Os argumentos usados pelos bolsonaristas, além de adulterados, são cada vez mais destituídos de sentido, um exemplo foi a última entrevista do filho mais velho do ex-presidente, o senador da República Flávio Bolsonaro. Em sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, que está no ar nas segundas-feiras há 25 anos, o senador disse coisas que foram rapidamente desmentidas. Além de dizer que Bolsonaro está sendo perseguido, disse que o ex-presidente deixou a casa em ordem com um superávit de cerca de 55 milhões, porém isso só aconteceu porque os precatórios não foram pagos, se fossem quitados o governo terminaria com déficit. Foram inúmeras as pérolas falsas desfiadas pelo entrevistado, impudentemente. A apresentadora do programa, Vera Magalhães, uma das tantas ofendidas por Jair Bolsonaro quando ele estava na presidência, cancelou a sua conta no Twitter (o atual X de Elon Musk), logo depois do programa, por conta dos ataques em seu perfil, mas saiu atirando e criticou duramente essa rede social, acusando-a de tóxica e perigosa por conta da má administração do bilionário.

Elon Musk é filho de um senhor que, além de lhe aplicar castigos, foi sócio de um italiano em uma mina de esmeraldas. O seu sócio era dono de uma pista de pouso no Zâmbia, perto da fronteira com a Tanzânia, ali se localizava essa mina de esmeraldas, junto ao Lago Tanganyika. Musk chegou a oferecer um milhão de dogecoins, cerca de R$400 mil, para quem provasse que isso é verdade, entretanto o tiro saiu pela culatra e o próprio Errol Musk, seu pai, confirmou em entrevista ao tabloide londrino, The Sun, a existência da mina. O próprio Musk já tinha admitido, em 2014, à revista Forbes este fato, mas o seu narcisismo se expandiu tanto quanto a sua fortuna e para avultar a sua fama de empreendedor resolveu negar o que já tinha confirmado. Errol Musk sustentou que a mina existiu, porém os negócios aconteciam por baixo do pano, e disse mais, que foram eles que ajudaram a financiar a subsistência do filho nos EUA e os seus estudos no Wharton Business Scholl. Nihilo nihil fit.

Vinicius Todeschini 11-04-2024

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