Crónicas do Brasil | 11-07-2025 13:39

Trump e Netanyahu, os pacificadores...

Vinicius Todeschini

Muitos cientistas políticos chamam a estratégia de Trump pelo nome de “Teoria do Louco”, onde uma pessoa se torna temida pelos seus adversários porque o julgam capaz de tudo. Os EUA sempre foi um país governado por muitos ‘Nichos de Poder’, assim foi que os Kennedy, que entraram em rota de colisão com alguns desses grupos, pereceram, um na presidência (Jonh Kennedy) e o outro a caminho dela (Bobby Kennedy).

Durante o jantar na Casa Branca, em formato de entrevista coletiva, tivemos mais uma oportunidade de assistir o inominável, quando duas figuras, que assustam a toda a humanidade pelo poder de destruição que detém nas mãos, se enalteciam e, em dado momento, uma delas ofereceu a outra uma carta de indicação ao Prêmio Nobel da Paz. Bizarro demais para se encontrar qualquer palavra que descreva uma cena desta magnitude. “O presidente já percebeu grandes oportunidades. Ele firmou os Acordos de Abraão. Está promovendo a paz, enquanto falamos, em um país, em uma região após a outra”, disse Netanyahu, inclinando-se sobre a mesa. “Então, quero lhe apresentar, senhor presidente, a carta que enviei ao Comitê do Prêmio Nobel; ela o indica para o Prêmio da Paz, que é mais do que merecido, e você deveria recebê-lo”. E com toda intimidade que existe entre facínoras do mesmo naipe, Trump agradeceu a Netanyahu assim: “Muito obrigado Bibi”. Benjamin Netanyahu, mesmo nesse clima de farsa, não resistiu e disse aos jornalistas presentes e a quem estivesse assistindo que, ele e Trump, seguem procurando países que recebam os palestinos, ou seja; o plano colonialista de abocanhar a faixa de Gaza segue em curso, mesmo que se saiba que os palestinos jamais o aceitarão e por isso, também, o genocídio promovido pela Extrema-Direita de Israel continuará e com o total apoio da Extrema-Direita norte-americana.

Muitos cientistas políticos chamam a estratégia de Trump pelo nome de “Teoria do Louco”, onde uma pessoa se torna temida pelos seus adversários porque o julgam capaz de tudo. Os EUA sempre foi um país governado por muitos ‘Nichos de Poder’, assim foi que os Kennedy, que entraram em rota de colisão com alguns desses grupos, pereceram, um na presidência (Jonh Kennedy) e o outro a caminho dela (Bobby Kennedy). A grande jogada de Trump foi articular esses Nichos mais radicais à Direita com a insatisfação dos setores populares mais conservadores, principalmente no interior do país, onde predomina a ignorância somada à superstição pentecostal. Para se entender como se combina o baixíssimo nível educacional norte-americano com a grande potência científica dos EUA é preciso saber o que o Dr. Michio Kaku explica perfeitamente.A educação científica nos EUA tem desafios e evidenciam a baixa qualificação de conhecimentos de seus novos estudantes , ainda sim, é líder em inovação devido à importação de talentos estrangeiros qualificados. O visto H-1B permite que empresas americanas contratem profissionais de outras áreas, como tecnologia, engenharia e matemática (STEM-Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), que são essenciais para o desenvolvimento de novas tecnologias”.

O escândalo dos pais que estudaram nas grandes universidades do país e foram punidos tentando subornar professores para forçar a entrada dos filhos, que não conseguiram vencer os estrangeiros na competição pelas vagas, reflete esta contradição. O esquema, liderado por um empresário chamado Rick Singer, envolveu pagamentos de até US$ 6 milhões e fraudes em exames de admissão. Pessoas famosas, inclusive as atrizes Felicity Huffman e Lori Loughlin, estão entre os 33 pais acusados de fraudar o sistema profissional que funcionava assim: Singer instruía seus clientes sobre como fraudar as provas de admissão. Os pais alegavam que os filhos tinham certas dificuldades e precisavam de tempo extra para preencher o exame ou tinham compromissos que os impedia de fazer a prova com os demais concorrentes. Eles então conseguiam fazer as provas em locais específicos, onde Singer já havia subornado quem aplicava os testes, dessa forma podiam colar ou serem substituídos por outras pessoas. Identificaram-se também muitos casos em que respostas certas eram sopradas e as erradas eram refeitas na hora da correção.

O colonialismo é uma doença que nunca acabou, apenas mudou de forma, criando elites nos países colonizados que se instalaram nos principais postos desses países, mantendo o povo a margem de qualquer possibilidade de crescimento verdadeiro. O neocolonialismo endógeno, cuja da principal arma é não permitir o acesso integral à educação, encaminhando somente os filhos dessas elites aos processos de boa formação, mesmo assim não conseguiu impedir que as melhores manifestações desses países neocolonizados, que marcam a sua genuína expressão artística e cultural, sejam criações do povo. A emancipação educacional e econômica, no entanto, nunca veio a e ainda está em um ‘devir’ distante para a maioria. A saudade da Ditadura, manifestada pelas elites, nada mais é que nostalgia do Poder Absoluto, nunca existiu um país melhor no passado, o Brasil só evoluiu através de Getúlio Vargas e de Luiz Inácio Lula da Silva, o resto de tempo foi só aumento e manutenção de privilégios. Alguns dirão; com Fernado Henrique Cardoso houve o controle da inflação e a implementação de alguns programas sociais que deram origem aos atuais, mas é um ledo engano, foram apenas concessões para promover a entrega de empresas estatais lucrativas, como a Vale do Rio Doce, à Inciativa Privada, por preço de banana, como os neoliberais sempre fazem, porque lucram pessoalmente com isso. O retorno do fascismo com toda a sua virulência é a prova cabal que, “desgraça pouco é bobagem”, por isso a cova dos inimigos deve ficar sob o asfalto das estradas, para que nunca se caia em tentação de levar flores até elas.

Vinicius Todeschini 08-07-0225

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