Crónicas do Brasil | 16-08-2025 10:00

A América da morte e o seu agente laranja

Vinicius Todeschini

O Brasil resiste aos ataques insidiosos a sua democracia, não bastasse a Extrema-Direita brasileira atacando diretamente as nossas instituições democráticas, temos Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo (neto de João Batista Figueiredo, o ultimo ditador brasileiro), nos EUA, fazendo lobby contra o seu próprio país, algo que ultrapassa todos os limites do bom senso na política.

A cada pronunciamento, Donald Trump, do alto da sua estupidez, espalha ameaças ao mundo. Ele é incansável e se compraz em ser um bad guy -isso é nítido em seu semblante laranja, sempre mantido por inúmeros procedimentos estéticos- que o seu único objetivo é ser ‘o centro do mundo’ e, enquanto ele não for parado, todos estão em perigo, no entanto, quem está mais sujeito aos seus desvarios é a própria população norte-americana, que o elegeu para mais 4 anos de mandato. Claro que o seu objetivo é se perpetuar no Poder e para isso, caso não consiga alterar a lei que impede a sua reeleição, formará uma chapa onde será o vice e assim que a chapa for eleita o presidente renunciará a seu favor. Os seus discursos falando em liberdade lembram muito os de Hitler antes de chegar ao Poder, Trump, no entanto, está montado na maior máquina de guerra do planeta e o que não sabemos é: até que ponto os militares do seu país são capazes de ir para bancar o discurso tirano, megalomaníaco e belicoso do seu presidente? Eis a grande questão, porque, fatalmente, chegará o momento em que os EUA baterá de frente com outras máquinas de guerra capazes de lhe fazer frente, como a Rússia ou China, e, se isso acontecer, o mundo provará de um amargor sem comparação em toda a sua história.

O Sistema Eleitoral norte-americano é muito estranho, lá não existe, por exemplo, um órgão equivalente ao nosso TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que serve para organizar e fiscalizar o bom andamento das eleições. Quem organiza as eleições presidenciais são os governos estaduais, o que acaba resultando em muitos problemas que aqui no Brasil não ocorrem, porque o processo é centralizado. O professor da Universidade de Brasília, Roberto Goulart Menezes, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu), aponta uma série de problemas no sistema, como o fato de existirem leis estaduais que apontam contra democracia, como, por exemplo, no estado da Geórgia, estado de maioria negra, onde uma lei local retira o direito ao voto de pessoas com três ou mais condenações na Justiça. Combinado com os abusos que população negra, historicamente, sofre da polícia, o resultado é a perda do direito ao voto por parte de negros e latinos, ressaltou o pesquisador em entrevista à ‘Agência Brasil’. Nos EUA ninguém vota em um candidato, mas em delegados e eles votarão em um ou em outro candidato.

E como diz a canção do ABBA, “The winner takes it all”, o vencedor leva tudo, porque todos os estados da federação, menos Maine e Nebraska, usam o sistema de eleição de delegados, conhecido como “the winner takes all”, no qual “o vencedor leva tudo”, todos os votos dos delegados do estado, assim o sistema oferece a possibilidade concreta que o eleito seja o candidato menos votado, caso ele tenha vencido a eleição em estados com mais eleitores, ou seja; os que tem maior número de delegados. O voto antecipado também foi usado por Trump para disseminar notícias falsas (fake news), alegando a possibilidade de votos duplos, o que não é possível, porque, para enviar o voto o eleitor tem que fazer um registro na internet que gera um código correspondente, o que inviabiliza o tal voto duplo, alegado por Trump. A definição dos candidatos é outro grande problema, o sistema atual acaba por privilegiar apenas os dois grandes partidos, porque o processo é extremamente dispendioso, são bilhões de dólares para fazer a máquina operacional funcionar. Isso explica porque a democracia norte-americana é a maior plutocracia do planeta e não se pode esperar, jamais, que candidatos progressistas, como o senador Bernie Sanders, consigam algum dia disputar as eleições majoritárias. Todos os candidatos independentes estão condenados a disputar as prévias e a morrer, politicamente, bem antes da praia. Por isso chamar os EUA de maior democracia do mundo é uma grande piada ou apenas uma grande ironia, a escolha é livre...

O Brasil resiste aos ataques insidiosos a sua democracia, não bastasse a Extrema-Direita brasileira atacando diretamente as nossas instituições democráticas, temos Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo (neto de João Batista Figueiredo, o ultimo ditador brasileiro), nos EUA, fazendo lobby contra o seu próprio país, algo que ultrapassa todos os limites do bom senso na política. É devastador conviver com situações iguais às que estamos vivendo, atualmente, porque temos um presidente norte-americano, candidato a ditador do mundo tentando intimidar a todos com estratégias perversas, que alteram o equilíbrio do ‘Livre-comércio’ entre as nações, estabelecido ao longo de muitos anos de tratativas e negociações. Trump decidiu, por conta própria, e, apoiado por um sem-número de malfeitores como ele, subverter tudo que estava posto para impor condições onde só ele e seus amigos podem lucrar, como foi naquele acontecimento atípico, nos instantes que antecederam o anúncio do tarifaço de Trump contra o Brasil em 9 de julho, quando uma grande movimentação bilionária deixou o mercado financeiro em alerta. Alguém comprou entre 3 e 4 bilhões de dólares poucos instantes antes do anúncio, foram 9 negociações em 75 minutos, que somaram mais de R$6,6 bilhões, quase 10% do total daquele dia. O maior negócio ocorreu às 11h38, com o BTG Pactual intermediando quase 10 mil contratos, equivalentes a R$2,7 bilhões”, apurou o ICL (Instituto Conhecimento Liberta), fundado pelo empresário e ex-banqueiro Eduardo Moreira. Estamos diante de uma quadrilha liderada por um criminoso cruel que está assombrando o mundo.

Vinicius Todeschini 15-08-2025

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