As cheias da Lezíria agora são em Lisboa



O Cavaleiro Andante tem passado os dias frente à televisão a ver imagens de cheias em Lisboa
O Cavaleiro Andante tem passado os dias frente à televisão a ver imagens de cheias em Lisboa, e nas cidades vizinhas da capital, de boca aberta e espantado com tanta inundação. Um mar de água alagou casas e estradas, destruiu garagens e jardins, inundou e obrigou ao corte de estradas e caminhos como há muitos anos não se via. Na televisão as inundações fazem lembrar as vilas do Ribatejo embora com casas mais baixas e menos cimento. A verdade é que no Ribatejo as cheias só acontecem quando o rio salta às margens. Em Lisboa, e em cidades como Amadora, Cascais e Loures, as cheias são devidas à má gestão do território; às obras que se constroem em cima das linhas de água, à ocupação de terrenos para construção que deveriam ser jardins ou, em último caso, terrenos baldios para as crianças andarem de bicicleta. A juntar à má gestão do território e ao crescimento desordenado do casario, com prédios de muitos andares, acrescenta-se a falta de limpeza dos cursos de água e, pior que tudo, a falta de limpeza e conservação dos equipamentos que deveriam servir para as águas pluviais. Enquanto na Lezíria ribatejana a água da chuva vai ajudando a enriquecer as terras, e a alimentar os aquíferos, em Lisboa a água mata, destrói e obriga as autoridades a pedirem às pessoas para não saírem de casa. Quem diz que o mundo está virado do avesso tem toda a razão. Mas o Cavaleiro Andante aposta que para o ano, onde hoje houve uma grande inundação, já haverá mais um prédio e mais uma garagem subterrânea preparada para ser piscina de uma dúzia de carros.