O buraco V
A expressão “obras de Santa Engrácia” é utilizada para referir algo que não chegará a acontecer ou que demorará muito a acontecer.
A expressão “obras de Santa Engrácia” é utilizada para referir algo que não chegará a acontecer ou que demorará muito a acontecer. Foi o que se passou na atribulada construção do Panteão Nacional, em Lisboa, onde repousam hoje as figuras notáveis da História de Portugal. Reza a História que a Igreja de Santa Engrácia, depois transformada no actual Panteão, demorou cerca de 350 anos até ficarem concluídas. Pelo meio há uma história de amor que não dá para contar aqui, mas que merece uma visita à internet por quem se interessa por lendas que contam relações secretas. As obras nas piscinas da Chamusca merecem a referência às obras de Santa Engrácia, não por razões históricas e seculares, mas por motivos que obrigam os cidadãos a pedirem contas aos políticos que fazem a gestão do dinheiro público, como se o orçamento das autarquias fosse um saco de esmolas. O buraco que ilustra esta foto já foi uma piscina municipal, mas nos últimos quatro anos é uma carga de trabalhos para empreiteiros, engenheiros e mestres de obras. Tudo devido à preguiça e à falta de jeitinho dos políticos para gerir os dinheiros da autarquia. Não é em Rabo de Peixe, nos Açores, é na Chamusca, no coração do Ribatejo.