Cheirinho a eucalipto, travo a incêndio

Na visita à Sugal, em Benavente, o ministro da Agricultura fez questão de pegar num pedaço de eucalipto, originário de Coruche, e levá-lo ao nariz, como quem cheira um ramo de flores em vésperas de romaria.
Na visita à Sugal, em Benavente, o ministro da Agricultura fez questão de pegar num pedaço de eucalipto, originário de Coruche, e levá-lo ao nariz, como quem cheira um ramo de flores em vésperas de romaria. Talvez procurasse inspiração para justificar porque é que o país continua a arder todos os Verões, mesmo quando só 4% das áreas ardidas são de eucalipto, segundo as suas próprias contas. A cena teve graça, mas deixou um travo amargo porque Portugal não precisa de ministros a apurar o olfacto na biomassa, precisa é de políticas sérias que evitem transformar a floresta num fósforo gigante. O Cavaleiro Andante não resiste: há quem diga que o ministro defende a pastorícia extensiva, mas se continuar assim, os únicos a pastar seremos nós, contribuintes, à espera que um dia a prevenção deixe de ser conversa de gabinete.