Santana-Maia apresentou livro “Crónica dos Bons Amigos” que conta histórias de animais, vida e morte
“Crónica dos Bons Amigos”, da editora Rosmaninho, foi apresentado em Ponte de Sor para um auditório repleto de familiares e amigos de Santana-Maia Leonardo. Livro fala dos animais como tendo “pessoas lá dentro”, mas também reflecte sobre a vida e morte.
O auditório do Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor encheu-se de familiares e amigos de Santana-Maia Leonardo para o lançamento do livro “Crónicas dos Bons Amigos”, uma obra da autoria do advogado que recorda todos os seus amigos de quatro patas e o impacto que tiveram na sua vida e da sua família. Antes da apresentação, os presentes foram convidados a observar a exposição de quadros pintados pela sua mãe, Maria Laura Santana-Maia, a primeira Juíza Conselheira no Supremo Tribunal de Justiça e uma das pessoas mais acarinhadas durante a sessão. A tarde foi de convívio e partilha de momentos com pessoas que marcaram, e marcam, a vida de Santana-Maia e a sua relação com Ponte de Sor, onde vive, embora passe grande parte do tempo entre Abrantes e Lisboa. Santana-Maia Leonardo nasceu em Setúbal a 5 de Outubro de 1958, mas passou a sua infância no triângulo Ponte de Sor-Abrantes-Mouriscas.
A sessão decorreu no sábado, 15 de Abril, e a apresentação do livro foi realizada por Sérgia Bettencourt, vereadora na Câmara Municipal de Ponte de Sor. A autarca, amiga de longa data de Santana-Maia, começou por partilhar as emoções que sentiu ao ler o livro. “Meço a qualidade de uma obra pela emoção que me provoca e esta está no meu top 10”, afirmou. O livro é também autobiográfico pelas histórias familiares, mas também pelos relatos da experiência académica e profissional de Santana-Maia. “É um livro enternecedor, não só pela relação com os animais, mas também pela possibilidade que temos de entrar na vida privada do autor”, acrescentou Sérgia Bettencourt.
Manuela Andrade, professora com uma forte ligação à família de Santana-Maia, leu um excerto do livro que tem como lema “todos os meus cães e gatos são pessoas e têm pessoas lá dentro”. Ana Tita, médica veterinária que acompanha os animais da família do autor, disse não compreender como os animais ainda são vistos “como algo que se possui, em vez de algo que faz parte da nossa vida e a preenche”. Ana Tita partilhou a mágoa que sente ao ver pessoas que maltratam animais de estimação. “Espero que a leitura desta obra vos desperte para o facto de quão extraordinários estes seres são e de quanto eles fazem falta nas nossas vidas e nós nas deles”, afirmou com emoção.
Um livro sobre vida e morte
Santana-Maia Leonardo encerrou a sessão partilhando várias histórias que viveu com os seus animais e, em jeito de brincadeira, comparou-os aos seus dois filhos e às pessoas em geral, referindo que os animais “sabem ouvir, percebem o que dizemos e nunca vão contar nada a ninguém”. Mais a sério, o autor partilhou um momento pessoal que mudou a sua forma de estar na vida. “Este é um livro sobre a vida e sobre a morte. No dia em que o Tommy (seu neto) nasceu estava num consultório em que o médico me disse para me preparar para o pior. A partir daí comecei a viver os dias como se fossem os últimos. Há determinadas doenças que têm esta faculdade de nos despertar para a vida”, sublinhou. Santana-Maia concluiu o seu discurso citando Freud: “a devoção do cão ao dono é o único amor incondicional.