As mulheres são muito melhores que os homens em cargos de liderança
Joaquim António Emídio elogiou a liderança das mulheres no discurso de entrega do Galardão Empresa do Ano e despediu-se do palco na missão que assumiu durante os 22 anos da iniciativa.
O director-geral de O MIRANTE aproveitou a organização da 22ª edição do Galardão Empresa do Ano para elogiar as mulheres empresárias e afirmar que são muito melhores que os homens em cargos de liderança. Joaquim António Emídio reconheceu que “não vivemos no melhor dos mundos, mas temos futuro assim a nossa classe política se alie à classe empresarial que tem dado boas provas” afirmou, para logo de seguida lembrar a existência de um texto do presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, numa das revistas do jornal “que ajuda a compreender a necessidade de conhecermos melhor a nossa realidade porque isso responsabiliza-nos e obriga-nos a ter opinião, porque é com opinião, com jeitinho ou à martelada, que se constrói uma ideia, assim como é com dor que começa e acaba o parto de uma criança”.
Joaquim Emídio lembrou ainda que “a presença das mulheres em cargos de liderança tem crescido consideravelmente e O MIRANTE é um bom exemplo”, acrescentando que o avanço das mulheres em cargos de chefia não resulta só destes tempos difíceis que atravessamos, e da necessidade de nos equilibrarmos num mundo em transformação, gerido muitas vezes por pessoas que só pensam em dólares, e em património, e desprezam a cultura que inclui a ida ao cinema e ao teatro, a família, as viagens, os tempos de ócio à volta de uma mesa, os cuidados com o corpo e a saúde. “Um dos desafios mais difíceis para as mulheres que lideram empresas é o equilíbrio entre a vida familiar e profissional. As mulheres que dominam o sector mais rentável da nossa empresa sabem disso melhor do que os homens que dominam a redacção. Nem por isso deixamos de nos entender e as mulheres não deixam de ter, apesar de ainda minoritárias, um papel significativo na área editorial”, sublinhou.
Por fim deu o seu exemplo ao ter desafiado, no início da sua vida de casado, a sua mulher para gerir um salão de beleza onde, em troca de ser o homem da casa, pôde fazer um pé de meia que mais tarde serviu para deixar um emprego de secretária e lançar-se num negócio de ourivesaria. Lembrou ainda que esses foram os melhores tempos da sua vida e recordou a sua avô materna, a primeira mulher que admirou até às lágrimas, e que, embora fosse “uma pobre de Job” era uma mulher em que ainda hoje se revê, e em relação à qual sente que não é capaz de a igualar em amor pelos seus filhos e netos como o amor que ele sabe que tinham um pelo outro.
No final disse que dedicava o texto a todos os empresários que iam receber o Galardão Empresa do Ano e anunciou que na próxima iniciativa será substituído pela directora executiva de O MIRANTE e sua filha, Joana Salgado Emídio.