Irreverência e trabalho de equipa são imagens de marca dos alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo
Três centenas de convidados da cerimónia organizada por O MIRANTE aprovaram e elogiaram iguarias confeccionadas pelos alunos dos cursos técnicos da Escola Profissional do Vale do Tejo.
Mais de duas dezenas de alunos da Escola Profissional do Vale do Tejo (EPVT) voltaram a marcar presença na cerimónia Galardão Empresa do Ano de O MIRANTE, roubando vários elogios das centenas de convidados que não ficaram indiferentes à qualidade e irreverência das iguarias. Como sempre, a equipa liderada pelos chefs José Pereirinha, Rita Santos e Bruno Póvoas foi a primeira e dos últimos a sair do Convento de São Francisco na tarde de 22 de Novembro, dia em que se realizou a entrega de prémios.
Os fatos pretos, camisas brancas e laços no pescoço continuam a ser imagem de marca dos alunos dos cursos técnicos de Cozinha e Pastelaria e Restaurante e Bar da EPVT. Recebem os convidados ao longo de um corredor, a quem dão as boas-vindas com um sorriso no rosto e com as necessárias explicações para miniaturas que seguram numa bandeja.
Gabriela Lopes tem 18 anos, natural de Pernes, e é aluna do 11º ano. A paixão pela pastelaria surgiu em criança quando passava horas a fazer bolos com a mãe, momentos que recorda com nostalgia. “Desde sempre que gostei de fazer bolos para a família. Quando soube da existência deste curso não hesitei”, afirma, acrescentando que não esperava adquirir tanto conhecimento prático e teórico em tão pouco tempo. “Tenho-me superado porque sei que tenho crescido muito enquanto pessoa. Em termos técnicos ainda há muito para aprender, mas sinto uma evolução muito grande”, sublinha. Gabriela Lopes diz que se sente bem a confeccionar todos os doces, principalmente as miniaturas, que exigem mais minúcia e uma decoração à medida. Na sua opinião ainda há algum preconceito com os cursos profissionais, algo que considera injustificável, tendo em conta o sucesso e a empregabilidade que garantem nos dias de hoje. Com o futuro bem planeado, Gabriela Lopes revela a O MIRANTE que gostava de abrir, para já, a sua própria pastelaria em Pernes, podendo dar o salto para a capital de distrito caso o negócio corra de vento em popa.
Daniel Campos tem 19 anos e esta não é a sua primeira experiência num curso deste género tendo frequentado um de restauração e bar. O que mais destaca da experiência, que já leva dois anos, é a possibilidade que tem em realizar serviços de média e grande dimensão. A evolução técnica é notória, na sua opinião, mas as grandes diferenças são no desenvolvimento pessoal. “Já realizámos serviços que não correram tão bem e, se no início ficava frustrado, hoje já consigo levantar a cabeça e seguir em frente. Este é o espírito que se vive nesta equipa. Há muita cooperação e todos nos ajudamos uns aos outros”, afirma.
Manter um nível elevado
Liderar uma equipa destas exige método, rigor e muita dedicação, segundo José Pereirinha. “Tento retirar destes miúdos o máximo possível. Costumo dizer que eles têm que sair daqui a saber conduzir um ferrari, mesmo que depois, os que não têm mãos, passem a conduzir uma trotineta”, afirma. José Pereirinha lamenta que, de ano para ano, os jovens cheguem com características menos diferenciadoras. “Regra geral existe cada vez menos sentido de responsabilidade nos jovens, principalmente no saber ser e estar. Sinto que têm a atenção muito dispersa por coisas sem interesse”, refere. José Pereirinha explica que a parceria que a EPVT tem com o tecido empresarial da região ribatejana, principalmente no concelho de Santarém, é uma mais-valia que possibilita a muitos jovens garantir a sua entrada no mercado de trabalho.