Identidade Profissional | 21-02-2023 15:00

“Não era capaz de assessorar um político corrupto” 

“Não era capaz de assessorar um político corrupto” 
TRÊS DIMENSÕES
Emanuel Campos é adjunto da presidência na Câmara de Santarém

Emanuel Campos é adjunto da presidência na Câmara de Santarém e secretário-geral da concelhia do PSD de Santarém.

Natural do Porto, foi estudar para a capital do Gótico e, aos 33 anos, não se imagina a viver noutro lugar. Foi bombeiro voluntário e esteve ligado ao associativismo estudantil em Santarém. Diz que nunca teve receio de ser visto profissionalmente como a sombra de um presidente e alerta para a importância da participação dos jovens na política. Anseia o aeroporto em Santarém, mas diz que o concelho vai continuar a crescer independentemente da concretização desse projecto.

Em política devemos ter a nossa opinião, mas pensar na forma como a transmitimos para não sermos mal interpretados. O ser humano acaba por ser facilmente influenciável mas cada um deve ter a sua forma de pensar. Quando tive o desafio colocado pelo presidente Ricardo Gonçalves, as pessoas mais próximas com as quais partilhei a notícia disseram-me que tinha de ter cuidado para não ficar com cara de político, de nariz empinado. Hoje essas pessoas dizem-me que afinal não mudei.
Não era capaz de assessorar um político corrupto. Sendo muito directo: o dinheiro e o impacto social não são tudo. Valorizo a essência das pessoas e os projectos que lideram e foi isso que me fez aceitar o desafio proposto pelo presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, que se prolonga até aos dias de hoje.
Sinto-me escalabitano apesar de não ter nascido em Santarém. Para Santarém perspectivo um futuro risonho. Este trabalho na vida política tem-me dado oportunidade de estar em fóruns com especialistas e aquilo que tenho ouvido e os números que tenho visto dizem que Santarém vai crescer muito. Lisboa acaba por estar esgotada e Santarém vai crescer em população e ao nível da economia. Todas as setas estão apontadas para Santarém como cidade a crescer nos próximos anos.
Acredito cada vez mais que o aeroporto se instale em Santarém. A concretizar-se será uma mais-valia para o desenvolvimento do concelho e dos concelhos limítrofes. A zona interior do país tem sido descurada há alguns anos pelos governos e o desenvolvimento que um aeroporto poderá oferecer a estas comunidades será interessante. Não acredito que a qualidade de vida vá sair afectada, o que iremos sentir é um desenvolvimento económico tremendo. Mas Santarém está na mó de cima e vai continuar a crescer independentemente da localização do aeroporto.
Os meios de comunicação social são um veículo importantíssimo na ligação entre a política, os políticos e a população. Tiveram e têm um trabalho relevante para a evolução da sociedade e partilha de conhecimento. A partilha de opiniões enriquece-nos e isso acaba por acontecer pelos media que, ao dia de hoje e cada vez mais, têm o cuidado de informar correctamente. Todos os dias leio jornais online e em papel.
Ter recebido um contacto directo do presidente para me fazer uma proposta de trabalho teve uma enorme importância pessoal. Senti reconhecimento, que viu em mim valor. Durante o estágio do IEFP que realizei na câmara municipal, em 2011, tinha tido oportunidade de contactar com ele, mas quando terminou fui para outro desafio profissional fora de Santarém. Comecei como secretário e, há um ano, estou como adjunto da presidência.
Nunca tive receio de ser visto como a sombra do presidente. É normal que possam pensar que o sou, mas nunca fui abordado nesse sentido nem me vejo dessa forma. Sou mais um rosto representativo da equipa do presidente Ricardo Gonçalves. É muito fácil trabalhar com o presidente da Câmara de Santarém. É acessível, compreensivo, motivador e bastante empenhado. Um adjunto de um presidente acaba por ser um consultor que tenta criar os melhores conselhos, a melhor análise das pastas que o presidente tem, a reorganização dos momentos sociais a coordenação da agenda e contacto com os munícipes.
Aos 16 anos tornei-me bombeiro voluntário em Celorico de Basto. Despertou em mim a vontade de prestar socorro à população e de ajudar o próximo. Sou natural do Porto mas aos seis anos mudei-me com a minha família para lá. A sociedade tem respeito pelos bombeiros, pela importância que tem no nosso dia-a-dia, é um serviço essencial para a população.
Santarém é cada vez mais uma cidade amiga dos estudantes e com uma qualidade de vida que não existe nas grandes cidades. Estudei Marketing e Publicidade no Politécnico de Santarém mas confesso que quando vi a colocação o primeiro impacto não foi muito positivo. No entanto, fui tão bem recebido que logo na primeira semana enviei um fax a anular a segunda fase de candidatura para o Porto.
Na juventude comecei a nutrir simpatia pela Juventude Social Democrata em Celorico de Basto e participei activamente como militante. Quando fui estudar para Santarém acabei por me afastar e ligar-me à política na sua vertente educativa enquanto presidente da associação de estudantes e fundador e primeiro presidente da Federação Académica de Santarém.
Sou secretário-geral da comissão política concelhia do PSD de Santarém. Não digo que tenha ambições políticas neste momento. Gosto do que faço, gosto do projecto do Ricardo Gonçalves e estarei com ele até ao final, depois logo se verá. Não ambiciono um cargo nem foi por isso que há nove anos aceitei este desafio. Aceitei-o porque gosto de trabalhar em prol da sociedade.
Valorizo as relações familiares e de amizade. Sou pessoa de fácil trato, calma e ponderada. O perfeccionismo é o meu maior defeito. Em alturas de pressão tento ser o mais profissional possível, mas sei que não sou uma máquina. Quando aceito um desafio empenho-me, mas quando não consigo concretizá-lo não tenho problemas em procurar ajuda.
Valorizo a humildade e não gosto de pessoas que têm dois rostos, não as quero próximas. Adoro touro bravo estufado e também gosto de ir a touradas. Voltando à gastronomia, posso dizer que sou um bom garfo. Casei em 2022. A minha esposa é oriunda do Fundão e, tal como eu, também veio para Santarém estudar. Aproximamo-nos através da juventude do Rotary Clube de Santarém, da qual fazíamos parte. Sermos pais é uma ambição que temos enquanto casal. Gosto de viajar e gostava de um dia conhecer o mundo.

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