O MIRANTE TV | 21-04-2024 10:00

"No tempo da ditadura um pide fazia de Ministério Público e um outro de Juiz"

A magistrada Aurora Rodrigues conta a O MIRANTE a forma como a PIDE operava durante o Estado Novo. Desde a falsificação de autos à falta de advogados ou magistrados durante o processo que levava à tortura e condenação dos presos políticos. Uma conversa com a Magistrada Aurora Rodrigues e o Juíz Bruno Guimarães, tendo como testemunha a presidente do Tribunal da Relação de Évora, Juíza Albertina Pedroso, onde se fala de justiça e da Justiça.

O MIRANTE passou uma tarde no Tribunal da Relação de Évora a entrevistar a Magistrada Aurora Rodrigues que vai ser homenageada naquele tribunal num vasto programa que quer marcar os 50 anos da revolução do 25 de Abril. Antes da gravação da entrevista com Aurora Rodrigues e o Juíz Bruno Guimarães, presidente do Tribunal de Excecução de Penas de Évora, conversamos no gabinete da Presidente do Tribunal, Albertina Pedroso, sobre o antigo regime, cuja polícia política prendeu e torturou Aurora Rodrigues, sobre a Justiça antes e depois do 25 de Abril de 1974, sobre as mulheres na Justiça, a Justiça e a comunicação social, a injustiça na Justiça, o Estado da Justiça e a reforma obrigatória aos 70 anos.
Nos próximos dias publicaremos excertos dessa conversa que será também uma forma de nos associarmos à data histórica que se aproxima. Recorde-se que Aurora Rodrigues já se reformou da magistratura e que publicou um livro com o titulo "Gente Comum", onde conta a sua história de vida mas também uma história da PIDE com muitos nomes e pormenores do tempo em que esteve presa e foi castigada com a tortura do sono e do afogamento, para além de outras sevícias tão ou mais dolorosas que puseram em perigo a sua vida e a saúde mental.

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