Tiago Prestes acusa vereador Rui Martinho de tentar fazer negócios com o município da Chamusca
Tiago Prestes acusa Rui Martinho de o ter aliciado com várias ofertas, entre elas financiamento para a sua associação, e o cargo de director geral na RSTJ, tudo para que se afastasse da candidatura ao município da Chamusca pelo PSD.
Teve muitas surpresas na política? Não tive muitas, mas tive uma que me vai marcar para sempre pela negativa. Foi nestas eleições e envolve o actual vereador Rui Martinho, que na altura ainda era presidente da União de Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande. Quando temos uma ideia sobre uma pessoa e depois descobrimos que ela é exactamente o contrário fica-se surpreendido.
O que se passou? O senhor Rui Martinho veio aqui a minha casa, em Outubro de 2024, um ano antes das eleições, dizer-me que se iria candidatar por um movimento independente e que contava com o apoio do PSD. Desejei-lhe as maiores sortes e ele ofereceu-me alguns cargos caso vencesse as eleições. Queria que fosse presidente de uma comissão de honra que ele viria a montar, que assumisse o cargo de director-geral da empresa intermunicipal RSTJ e ainda o cargo de presidente da Associação do Eco Parque do Relvão. Para além disso ainda me ofereceu 20 mil euros para desenvolver projectos turísticos do Casal Vale Formoso. Fiquei a olhar para ele e disse-lhe que não me imaginava nesse filme. Provavelmente esperava que dissesse mais alguma coisa.
Mas entretanto o PSD contactou-o? Sim, e perguntaram-me se tinha interesse em voltar a candidatar-me como cabeça-de-lista à presidência do município. Fiquei muito admirado, porque o senhor Rui Martinho disse-me que tinha o apoio do PSD. Eu disse-lhes que sim, mas que o então presidente de junta estava a contar com o apoio do partido. Eles mantiveram a decisão. Entretanto, perto do Natal desse ano, fui convidado pelo senhor Rui Martinho para ir a uma reunião na sede da junta de freguesia onde também estava o actual vereador do movimento independente João Santos. Enfim, quiseram reforçar aquilo que já me tinham oferecido e que relativamente à questão da minha associação, em vez de oferecer 20 mil euros, ofereciam 25 mil.
O que disse nessa altura? Que não se fazem negócios com o município da Chamusca. Disse-lhes também que tinha um convite do PSD para me recandidatar e que com esta postura deles o mais certo era aceitar. Voltamos à questão da dignidade. O nosso concelho precisa de pessoas com princípios e valores. Não de pessoas com ambições políticas que são capazes de passar por cima de qualquer coisa ou qualquer um. Orgulho-me de não vender a alma ao diabo.


