Liga estima que mais de mil cancros estão por diagnosticar

A longo prazo vamos ter uma situação má: diagnósticos menos precoces, maior metastização e maior mortalidade. As palavras são do presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, a propósito do Dia Mundial do Cancro, que hoje se assinala.
Mais de mil cancros do colo do útero, da mama e do colorrectal estão por diagnosticar. Os cálculos são da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e têm por base a paragem de três meses do rastreio do cancro da mama, que no caso da região Norte foi de seis meses, e a quase paragem dos rastreios dos tumores do colo do útero e do colorrectal. Para o presidente da LPCC, Vítor Rodrigues, esta situação irá acarretar a médio e a longo prazo a diminuição da sobrevida global, que estava gradualmente a aumentar, bem como a qualidade de vida, porque os cancros eram diagnosticados mais cedo.
Falando a propósito do Dia Mundial do Cancro, que hoje se assinala, Vítor Rodrigues, disse que as conquistas anteriores “foram muito abaladas e a longo prazo vamos ter uma situação má, isto é, diagnósticos menos precoces, maior metastização e, portanto, maior mortalidade”. Uma situação que se deve vir a observar dentro de um a três anos, notou realçando que os rastreios estão lentamente a recomeçar, mas, devido às medidas sanitárias, é difícil observar tantas pessoas como anteriormente. A referenciação acaba por ser feita a um ritmo muito mais lento.
Outro problema apontado pelo presidente da Liga é o encaminhamento cada vez maior de doentes de cancro dos hospitais centrais para os IPO, o que faz engrossar as listas de espera nestes institutos. “São muitos doentes a entrar pela mesma porta, o que cria muitos problemas”, afirmou.
Para perceber como estão os hospitais da região a lidar com os doentes de cancro em tempo de pandemia, O MIRANTE faz, numa próxima edição, uma ronda entre o Centro Hospitalar do Médio Tejo, o Hospital Distrital de Santarém e o Hospital Vila Franca de Xira, sem esquecer o Hospital CUF Santarém.