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“Nunca andei a reboque de ninguém”

Nelson Carvalho responde a Isaltino Morais sobre divisão administrativa do distrito de Santarém

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Nelson Carvalho (PS), desmentiu na segunda-feira que alguma vez tenha apoiado o novo quadro administrativo encontrado pelo Governo para o distrito de Santarém, que visa garantir o acesso a fundos comunitários após o final do III Quadro Comunitário de Apoio em 2006. Uma solução que desagrega o distrito da Região de Lisboa e Vale do Tejo e remete metade dos municípios para a Região Centro e outra metade para o Alentejo.

Para deixar as coisas claras, Nelson Carvalho enviou na segunda-feira uma carta aberta ao ministro das Cidades, do Ordenamento do Território e do Ambiente, Isaltino Morais, onde manifesta a sua indignação pelas críticas que lhe foram dirigidas recentemente pelo governante. Recorde-se que há uma semana, em Santarém, o ministro mostrou-se publicamente agastado por Nelson Carvalho ter apoiado, na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes, a possível criação de uma nova unidade territorial que abrangesse todos os municípios do Vale do Tejo em detrimento da solução encontrada pelo Governo. Para justificar a sua afirmação de que “alguns autarcas andam a reboque partidário”, Isaltino Morais tomou como referência a tomada de posição do presidente da Câmara de Abrantes na assembleia municipal de dia 22 de Novembro, sugerindo que Nelson Carvalho, antes, havia apoiado a medida governamental.Frontal quanto baste, Nelson Carvalho diz que, ao contrário do que o ministro anunciou publicamente, nunca aplaudiu a decisão do Governo em transferir os municípios da região da Lezíria do Tejo para o Alentejo e os do Oeste e Médio Tejo para o Centro de Coordenação Regional do Centro.“Não aplaudi esta decisão nem estive de acordo com ela”, diz o presidente da autarquia abrantina na carta aberta ao ministro, acrescentando que a única coisa que elogiou foi a circunstância de o Governo trazer de novo à discussão uma matéria tão importante e relevante.Quanto a “andar a reboque partidário”, “agir de acordo com a pressão da nomenclatura do PS” e “a fazer barulho”, mimos com que Isaltino Morais prendou Nelson Carvalho, o autarca de Abrantes não se esquivou agora de os retribuir, afirmando que, quem o conhece, sabe que “nunca anda a reboque de ninguém, nem da nomenclatura do PS, seja isso o que for”, nem do Governo , “seja ele qual for”.“Tenho-me exprimido – e vou continuar a fazê-lo – a favor da unidade territorial do Vale do Tejo, enquanto território estrategicamente relevante”, diz, acrescentando que nesta matéria nunca andou a reboque de ninguém e que, pelo contrário, é “sua convicção” que, nesta como em outras matérias “tem andado à frente na enunciação de temas e estratégias de desenvolvimento locais e regionais”.Afirmando que fazer barulho “não é o seu estilo”, o autarca lembra ao ministro a forma activa e empenhada como participou na campanha pela criação da região do Ribatejo e Estremadura (ou Vale do Tejo e Oeste) no âmbito do referendo sobre a regionalização.Se Isaltino Morais quis chamar vira-casaca a Nelson Carvalho, o autarca rejeita a ideia de estar a pôr o epíteto de mentiroso a Isaltino Morais. “O que digo é que o senhor ministro respondeu a quente e com alguma irritação e provavelmente não teve tempo de percorrer a sua memória sobre a reunião em que estivemos e em que eu realmente não me mantive calado”, diz o presidente da Câmara de Abrantes, adiantando que não quer que sobrem nenhumas dúvidas nesta matéria.E para que o ministro fique “bem documentado”, Nelson Carvalho enviou-lhe um dossier com recortes de imprensa e outros documentos que dão testemunho da sua presença e das suas declarações públicas sobre esta matéria.

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