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A vitória no campeonato é o seu grande objectivo

Gustavo Miguel, um jovem piloto de Enduro de Ulme, Chamusca

Gustavo Miguel tem 17 anos mas já anda de mota há quase uma década. Desde os nove que acelera pelas zonas mais abruptas da freguesia de Ulme, no concelho da Chamusca, e em 2001 foi vice-campeão nacional de enduro, na classe de 50 cc. Uma lesão complicada estragou-lhe a época passada mas este ano já voltou aos bons resultados e venceu a prova em que participou.

Gustavo Miguel é um jovem piloto de Enduro natural de Ulme, Chamusca. Tem apenas 17 anos mas já uma longa história para contar. Começou a andar de moto aos oito anos num motorizada do pai. “Quando fiz nove anos, tive a grande surpresa de, ao regressar da escola, ver o meu pai oferecer-me uma motorizada. Começou aí o meu entusiasmo pelas motos”, diz simplesmente o Gustavo.A partir daí, entusiasmado pelo pai, Gustavo Miguel começou a treinar. Aproveitava algumas zonas mais abruptas da freguesia de Ulme para evoluir, e passado um mês, ainda com nove anos, participou numa primeira corrida - uma prova popular no Alentejo - e depois já não parou mais. “Ia com o meu pai a todas as provas não oficiais que podia, e venci muitas delas”, disse.Durante seis anos correu na categoria de 80 cc em tudo quanto era sítio. Em 2001 surgiu então a oportunidade de correr oficialmente. “Filiei-me na Federação Portuguesa de Motociclismo e passei a disputar o Campeonato Nacional de Enduro, na categoria de 50 cc, com bons resultados. Nesse ano fui vice-campeão nacional”, diz com modéstia Gustavo Miguel.A maioria das provas é disputada no norte do país, e sem grandes patrocínios é o entusiasmo do pai que leva Gustavo às várias provas do calendário nacional. “O melhor apoio é o paitrocínio”, diz com ironia. Mas as suas prestações começaram a dar nas vistas e no final do campeonato de 2001 fez um estágio com a equipa de Paulo Marques, que é a Enduro Oportunity, uma das melhores equipas nacionais. Foi ele e mais meia dúzia de pilotos jovens e quem ganhasse aquele estágio ficaria integrado na equipa, mas Gustavo ficou em segundo e essa hipótese gorou-se.Contudo o seu entusiasmo não arrefeceu e José Mira, um dos mais conceituados corredores portuguêses de Enduro, que tem uma equipa própria, sedeada em Alpiarça, gostou da garra e do entusiasmo de Gustavo Miguel e resolveu convidá-lo para a sua equipa - a Mira-Motos. “Aceitei com alegria fazer parte de uma equipa que tem como treinador e dirigente um homem que muito admiro. O José Mira ainda é um grande piloto e é também homem que sabe muito de motos. É ele que faz a preparação das máquinas para as provas”, diz agradecido o jovem piloto.A moto KTM, de 50 cc, é de sua propriedade. “José Mira já dá uma boa ajuda, com a preparação da máquina e sobretudo com os treinos. Tenho aprendido muito com ele e hoje a minha técnica já ombreia sem dificuldades com os pilotos da minha categoria. Por isso estou esperançado numa boa classificação no campeonato deste ano”.UM TROFÉU ESPECIALNuma pequena sala de estar emoldurada por fotos de Enduro e troféus, salta à vista um ferro dos usados para ajudar a solidificar as fracturas ósseas. É precisamente esse “troféu” que Gustavo Miguel Fernandes destaca entre todos os outros. “É um troféu que eu destaco pela negativa. Tive que o usar durante seis meses, e para que ele ali esteja tive que ser operado a um braço duas vezes, uma para o colocarem e outra para o retirarem, e para além disso foi um ano perdido na minha carreira”.Para já, Gustavo Miguel, que não participou na primeira prova do campeonato por estar ainda a recuperar de uma entorse, mas venceu a segunda que se disputou em Guimarães. Mas para trás ficou um ano de 2002 de má memória. “Caí num treino, fracturei um braço e tive que ser operado duas vezes, primeiro para colocar um ferro e depois para o retirar, foi um ano perdido, porque a recuperação foi lenta”, explica o piloto de Ulme.Esse percalço não lhe retirou o entusiasmo. Está novamente pronto para as curvas e é com entusiasmo que o jovem piloto garante que vai lutar pela vitória na sua classe. “Não vou dar tréguas aos meus adversários e vou lutar com todas as forças para ser campeão na minha categoria. Sei que não vai ser fácil mas estou disposto a trabalhar com afinco para conseguir o meu objectivo”.Com tudo isto, os estudos não têm sido prejudicados. Gustavo é um estudante com boas notas e vai mais longe quando diz que o facto de conseguir conciliar as coisas é um factor decisivo para que o entusiasmo do pai e da família não arrefeça e continuem a apoiá-lo intensamente.Nos estudos, o objectivo de Gustavo é seguir uma carreira na área do desporto, mas a sua grande ambição é a de conseguir chegar a uma grande equipa. “Gostava de conseguir chegar a uma equipa oficial e, se fosse possível, atingir um nível idêntico ao meu ídolo em Portugal, que é o Luís Serra. Sei que para isso é necessário trabalhar muito mas eu não sou preguiçoso e estou disposto a trabalhar cada vez mais para atingir os meus objectivos, assim a sorte me ajude”, disse a terminar.

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