Chefe Fausto Airoldi elogia cozinha portuguesa e evolução dos vinhos
Responsável pela restauração do Casino de Lisboa esteve nas I Jornadas de Gastronomia do Cartaxo
“Portugal tem a melhor cozinha do mundo”, embora pouco divulgada, ao passo que os vinhos nacionais têm registado uma evolução muito positiva, favorecendo assim a qualidade dos pratos confeccionados. A opinião é do chefe de restauração do Casino de Lisboa, Fausto Airoldi, que na sua passagem pelas I Jornadas de Gastronomia do Cartaxo, durante a Festa do Vinho, abordou o “casamento” entre a comida e o vinho relacionadas com a enogastronomia e o panorama da hotelaria em Portugal.Perante uma plateia composta por produtores de vinho, enólogos, chefes de cozinha, proprietários de restaurantes, professores e jovens recém-formados na área da hotelaria, o italiano defendeu, durante um workshop realizado a 26 de Abril, que o princípio fundamental para a confecção de um prato de qualidade é “o respeito pelo produto”. O vinho deve adequar-se ao tipo de alimento a cozinhar. “Um bom prato tem que ser confeccionado com um bom vinho e adequar-se ao produto. As carnes de caça requerem vinhos robustos, o frango um vinho suave e o peixe um vinho ainda mais suave”, esclareceu o conceituado chefe de cozinha. Se por um lado os vinhos portugueses têm registado um aumento de qualidade nos últimos anos, o mesmo não tem acontecido com os vinagres nacionais. Fausto Airoldi sente dificuldades em encontrar este produto entre os de origem nacional, obrigando-o a recorrer à importação. Por essa razão, apelou uma vez mais aos produtores do sector a apostar também neste “produto fundamental para a culinária”. Por seu turno, o escanção e formador na Escola Profissional de Hotelaria de Lisboa, Gabínio Evaristo, mostra-se preocupado com o futuro desta profissão, uma vez que a procura destes técnicos tem vindo a diminuir nas últimas duas décadas. Assumindo “um papel fundamental no aconselhamento dos vinhos ao cliente nos restaurantes, em função do prato escolhido”, o escanção acompanha também as novidades do sector, gerindo a respectiva carta de vinhos. “O objectivo do escanção no ramo da hotelaria é a promoção do vinho, dando a conhecer ao cliente outras opções e ajudando-o a conciliar melhor a bebida com a comida”, esclareceu Gabínio Evaristo. A tendência crescente da venda do vinho a copo, a evolução da cozinha de vanguarda, a valorização dos produtos tradicionais de cada região e a formação na área da hotelaria foram outros temas abordados nesta sessão.Oito restaurantes aderiram às I Jornadas de Gastronomia do Cartaxo, a decorrer nos fins-de-semana desde 28 de Abril e até 27 de Maio. Será possível encontrar pratos como coelho avinhado, vitela estufada, polvo à vinho tinto, rabo de toiro com vinho tinto, pudim de S. Martinho, tarte de laranja, entre outros. Para acompanhar as iguarias tradicionais, serão sugeridos aos clientes os vinhos do concelho.
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