PSD acusa Governo de Socrates de ausência de medidas de fundo para a agricultura portuguesa
O secretário-geral do PSD acusou sábado o Governo de, em dois anos, não ter tomado "quaisquer medidas de fundo que pudessem reverter a situação da agricultura" portuguesa. Miguel Macedo falava no encerramento de uma sessão de balanço de dois anos de governação nas áreas da agricultura e do mundo rural, que decorreu na Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém, e que contou com a participação das principais confederações do sector.O dirigente do PSD acusou, nomeadamente, o Governo de "irresponsabilidade" ao não garantir a acreditação do novo serviço de financiamento da agricultura portuguesa (IFAP) "como o organismo pagador dos apoios comunitários à agricultura". "Com tal irresponsabilidade corre-se o risco de suspensão das transferências financeiras da União Europeia para a agricultura portuguesa", afirmou, criticando ainda a reforma realizada no seio do Ministério da Agricultura.Condenando a retirada de competências que haviam sido transferidas para as organizações representativas dos agricultores, Miguel Macedo referiu em particular a decisão do governo de assegurar directamente a apresentação de candidaturas dos agricultores aos apoios comunitários."Tendo o Governo decidido mudar de forma brusca e irreflectida o sistema, seria de elementar prudência que garantisse politicamente junto da Comissão Europeia o alargamento dos prazos das candidaturas", disse, lamentando que essa tarefa tivesse sido deixada aos serviços técnicos, o que teve por consequência "uma resposta negativa da Comissão".Miguel Macedo lamentou ainda a "falta de iniciativas" na defesa dos interesses de Portugal no âmbito da negociação da organização comum de mercado do vinho, apesar das afirmações de que este é um sector estratégico.O secretário-geral do PSD acusou ainda o Governo de ter elaborado o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) em "quase puro secretismo", considerando-o um documento centralista, que volta a reforçar o aparelho do Estado na gestão do sector, e conservador, ao ignorar os bio-combustíveis e estabelecer para a agricultura biológica metas "quatro vezes inferiores às que existem actualmente".
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