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Aposta na valorização da cultura e das tradições para atrair mais visitantes a Coruche

Aposta na valorização da cultura e das tradições para atrair mais visitantes a Coruche

Presidente do município considera a promoção de eventos como uma aposta estratégica
A construção de novas vias, há muito previstas, é considerada vital para o desenvolvimento do concelho. Nesta entrevista o líder da câmara, Dionísio Mendes, faz o ponto da situação sobre uma série de projectos e diz que não há pressa na elevação a cidade.Coruche tem organizado diversas acções no campo cultural e de lazer, jornadas gastronómicas e organizações ligadas ao mundo taurino. É uma aposta estratégica?Temos de atrair visitantes a Coruche e valorizar o que é próprio da cultura e tradição específica do concelho e da região. Na área do turismo, lazer e cultura temos aspectos e que podem ser atractivos para os visitantes da Grande Lisboa, que estão a uma hora de caminho. A requalificação da floresta e dos recursos, como o montado de sobro, a caça, a pesca, o touro e o cavalo, a cultura tauromáquica e a gastronomia são fundamentais para os visitantes que encontram em Coruche o que não têm nas cidades - muito espaço e bem conservado. Tem-se notado maior afluência de visitantes?Sim, mas isso também passa por ter melhores acessibilidades e ligação regionais e nacionais. Continuamos a bater-nos pela construção do IC 10 e do IC 13.Projectos que não têm saído do papel…Embora as estradas alternativas estejam a ser melhoradas – caso da EN 119 em direcção ao Infantado e da EN 114 para Santarém - as nossas expectativas vão para o IC 10 e IC 13. Sei que decorre o concurso para essas ligações na fase de avaliação de impacto ambiental, até chegar a decisão política. O desenvolvimento futuro do concelho passa muito por aí, porque estamos numa região relativamente central do país, próximos de Lisboa e de Espanha.A reactivação da linha ferroviária Vendas Novas-Setil para passageiros é outra alternativa?Aguardamos a posição da secretária de Estado dos Transportes no sentido de definir o interesse da CP/Refer neste processo. Já houve reuniões e sabe-se que o processo só avança com parcerias com as câmaras de Coruche, Salvaterra e Cartaxo. Mas a tutela tem que criar transportes alternativos ao automóvel de acessibilidade a Lisboa. Não se percebe porque Portugal despreza a opção comboio. Há centenas de pessoas de Coruche e Salvaterra que se deslocam para Lisboa diariamente nas suas viaturas, opção mais cara, demorada, com menos segurança e comodidade. Investimento no conhecimento é o Observatório do Sobreiro e Cortiça…Foi esta sexta-feira aprovada na unidade de gestão da CCDR-LVT o financiamento de 70 por cento da construção do centro através do programa Valtejo, que tem 1,580 milhões de euros de custo estimado. Queremos fazer investigação que sirva os interesses dos produtores. Este equipamento vai dar resposta às questões que se põem aos agricultores e produtores de cortiça. O município vai trabalhar em parceria com a Nersant, universidades de Évora e de Trás-os-Montes, associação de produtores florestais e Direcção Geral de Florestas. A fundação da Rede Europeia dos Territórios da Cortiça (Retecork) é mais um passo nesse caminho?Coruche é o maior produtor mundial de boa cortiça, temos área e indústria. Essa visibilidade em termos internacionais “obriga-nos” a estar na frente da fileira da cortiça. Integramos a fundação da Retecork e sentimos a obrigação de avançar com o centro tecnológico da cortiça. Pretendemos valorizar e promover a cortiça, um produto do concelho e uma grande mais valia, fonte de riqueza e de emprego para muitas centenas de coruchenses. A compra do terreno para a expansão da zona industrial está demorada.Continuamos as conversações com a Misericórdia de Coruche, proprietária do terreno de 45 hectares. Se fosse fácil já estava resolvido. Temos de nos entender em valores razoáveis, que sirvam os interesses de ambas as partes. Que novidades há acerca do Serviço de Urgência Básico para Coruche?Sabemos que Coruche é um concelho com especificidades, dada a distância a Santarém, a sua área enorme e acreditamos nas razões das conclusões do relatório da comissão que estudou a reforma das urgências. Neste momento temos um SAP a funcionar 24 horas que vai servindo. Pensamos que a opção mais equilibrada será a criação de um SUB na sede de concelho, com algumas alterações no centro de saúde.A gestão intermunicipal de águas e saneamento ganhou novo fôlego com sete municípios da Lezíria do Tejo?Decidimos avançar com o novo projecto com sete municípios, sem Santarém e Cartaxo. O estudo que temos torna-o viável. Mantém as tarifas em valores de 2003, apenas sujeitos às actualizações de inflação. A taxa de rentabilidade apontada é de sete por cento, um bom valor, e prevê-se a distribuição de dividendos a partir do 16.º ano. Além disso, a entrada em capital dos municípios faz-se em espécie, o que não os sobrecarrega financeiramente, além de estar garantido o fundo de coesão. Numa fase inicial a empresa será intermunicipal, ainda que mais tarde se possa alienar algum capital a um privado. O concelho de Coruche tem sido prejudicado neste processo de avanços e recuos?Temos sido prejudicados por causa dos atrasos. Avançámos com a obra do emissário com a solidariedade e incentivo de todos os municípios, inclusive os que saíram “hoje”. Estamos com uma parte da obra a “descoberto” porque o fundo de coesão ainda não chegou e a câmara não quer assumir cerca de três milhões dos dez milhões de custo do emissário - o correspondente à contrapartida nacional do projecto que a futura empresa deverá assumir.As obras podem parar?Está tudo muito bem encaminhado. O dique de protecção e a zona marginal estarão concluídos dentro de duas semanas. Pensamos que a ETAR e estação elevatória irão estar concluídas até final de Junho. O que se lamenta é que as câmaras de Santarém e Cartaxo tenham demorado tanto tempo a tomar uma opção. Esse atraso é que nos causou perturbação no avanço das obras.
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