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“Espero praça cheia para a minha alternativa”

Manuel Caetano quer ser a nova figura de Vila Franca de Xira

No domingo quando entrar na arena da palha Blanco montado no seu cavalo “Falcão”, Manuel Caetano vai concretizar um sonho de menino. A alternativa na Palha Blanco é a cereja sobre o bolo para o jovem de 21 anos. “Vila Franca é a minha terra, espero uma praça cheia”, confessa numa entrevista a O MIRANTE. Manuel Caetano é filho do antigo forcado Manuel Tavares da Silva e neto do campino Manuel Caetano e foi o triunfador do concurso de rejonadores em Espanha.

Quando é que sentiu o gosto pela festa brava?Nesta casa sempre se falou de toiros e de cavalos. O meu pai (Manuel Tavares da Silva) era forcado no grupo de Vila Franca e o meu avô (Manuel Caetano), de quem herdei o nome, foi campino da casa de Tomás da Costa. Há cinco anos, o meu pai comprou a ganadaria de José Pedrosa e o gosto pelos toiros cresceu ainda mais. Lembra-se da primeira vez que montou a cavalo?Tinha dois anos e foi com o meu pai, que me colocou no seu colo. Aos oito, nove anos, já ia às feiras a Vila Franca e à Golegã e esta paixão pelos cavalos foi crescendo.E depois também experimentou ser forcado…Peguei no grupo dos juvenis de Vila Franca. Mas, aos 15 anos de idade, percebi que o que queria mesmo era ser toureiro. O meu pai apoiou-me e colocou-me no Centro Equestre da Lezíria Grande onde estive um ano e onde aprendi muito com o Mestre Luís Valença. É uma pessoa a quem devo muito porque ajudou-me a crescer como cavaleiro e como homem. Com ele aprendi a montar a cavalo, a conhecer o cavalo e respeitá-lo. Aconteça o que acontecer na minha vida devo muito ao meu pai e ao Mestre Luís Valença.Foi por isso que o convidou para participar na sua alternativa com uma demonstração de arte equestre?É a minha homenagem pública e o meu reconhecimento. O Mestre Luís Valença vai participar graciosamente nesse momento que quero que seja de festa. Ele fez-me tanta coisa que nunca lhe vou conseguir compensar.Saiu do Centro Equestre para iniciar uma carreira de cavaleiro tauromáquico?Fui cavaleiro amador durante três anos e em 2003 tirei a prova de praticante numa novilhada na Feira do Ribatejo em Santarém. A partir de aí fui crescendo e fiz dezenas de corridas, mais de 80 em Espanha.Ser cavaleiro era um sonho de menino?É um sonho que fui alimentando. Apesar de não ter conhecido o meu avô, vi e ouvi muita coisa sobre ele e fui influenciado pelo homem e campino que ele foi. Depois quem nasce e cresce em Vila Franca respira a festa brava e sente uma coisa diferente pelos cavalos e pelos toiros.O seu pai incentivou-o?Muito…Tudo o que sou e o que vier a ser devo ao meu pai. Ele é o meu melhor amigo e disse-me sempre: “se é isso que queres vamos, avança”.Vai tirar a alternativa na Palha Blanco. Vila Franca falou mais alto?Vou-lhe dizer que houve vários contactos com o meu apoderado Rogério Antunes (antigo forcado de Vila Franca) para fazer esta corrida em praças com maior importância que Vila Franca, mas eu julgo que apesar de ter mais impacto noutras praças, a Palha Blanco é a praça mais importante para mim. É a minha terra. Foi aqui que nasci, é aqui que vivo.E o cartel agrada-lhe?Julgo que é um cartel grande com seis toiros Infante da Câmara, o João Salgueiro que será o meu padrinho de alternativa, e o Rui Fernandes. E os forcados de Vila Franca a pegarem seis toiros depois de inaugurarem um monumento em sua homenagem. Estão reunidas condições para uma grande tarde de toiros em Vila Franca.Esta cidade tem sido madrasta para as suas figuras. Receia ser mais um enteado de Vila Franca?Sei que Vila Franca é difícil e não tem acarinhado as suas figuras como devia, mas tenho sentido carinho dos aficionados e espero que percebam que sou o primeiro cavaleiro de Vila Franca a tirar a alternativa na praça da sua terra. Conheço esta cidade e sei que um triunfo em Vila Franca é mais importante que três ou quatro noutras praças do país.Os aficionados estão a acarinhar este momento?Penso que sim. No domingo, 6 de Maio julgo que, obrigatoriamente, a praça vai estar cheia de aficionados e amigos e vai ser uma tarde memorável. Há um conjunto de atractivos que fazem desta corrida um momento único. Se esta tarde não encher Vila Franca…Vai arriscar tudo por uma tarde memorável?Claro que vou dar tudo o que tenho. Vou arriscar para mostrar o meu valor e iniciar uma caminhada para ser figura. Eu quero ser figura no toureio a cavalo.

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