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Aficionada desde os tempos de criança, a presidente da Câmara de Vila Franca de Xira reconhece a festa brava como uma imagem de marca da cidade que deve ser reforçada com a revitalização da Palha Blanco e o aparecimento de novas figuras. No domingo, o cavaleiro vilafranquense Manuel Caetano recebe a alternativa e a edil espera uma casa cheia.

O polémico monumento ao forcado vai finalmente ser inaugurado. Que reacção espera de Vila Franca?A polémica, se calhar, até foi positiva porque Alhandra ganhou um excelente trabalho do escultor Manuel Patinha e Vila Franca vai ficar com uma obra de Franco de Sousa cuja inauguração já esteve prevista em dois momentos anteriores, mas que por dificuldades do escultor não foi possível avançar.Espero que em primeiro lugar os forcados, porque se trata de uma homenagem a eles, e em segundo, Vila Franca gostem desta obra porque vai ficar num local agradável: em frente à praça Palha Blanco e perto do Parque Urbano do Cevadeiro. Pessoalmente, confessou a O MIRANTE que gosta mais da obra de Alhandra, mais abstracta…A obra de Alhandra é uma peça muito interessante. Só vi esta peça dos forcados em maqueta, espero vir a gostar quando ela estiver colocada em tamanho real. Sabe que o gosto na arte depende sempre de cada um. Os 75 anos dos forcados reflectem o património humano desta cidade ao longo de três ou quatro gerações. Vila Franca está desperta para a importância deste grupo?Vila Franca é uma referência como cidade taurina em Portugal e em todo o mundo taurino. O contexto socio-económico de Vila Franca é diferente do que era há 50 anos, ou a 30, ou a 20 anos. As pessoas têm de fazer opções, mas houve uma coisa que se manteve: Vila Franca conseguiu manter o nível do seu grupo de forcados que é um dos melhores de Portugal. É o grupo mais antigo com actividade contínua e isso dá-nos muito orgulho.Domingo, 6 de Maio, será mais um dia memorável para o grupo?Não tenho dúvidas de que será um dia histórico para os forcados e para a cidade que vai estar em força nesta homenagem ao seu grupo e aos que o integraram ao longo destes 75 anos.A união foi fundamental para manter o grupo e para que sobrevivesse aos momentos mais complicados. É essa união que falta no meio taurino de Vila Franca. Isso não é um particular de Vila Franca. Os colegas da Moita, Barrancos e Santarém reflectem situações idênticas. É uma situação comum ao mundo taurino. Mas quando é preciso contribuir para a valorização da festa eles aparecem. As divergências e a polémica fazem parte da festa e ela também se faz com isso.Algum dia vai conseguir juntar os três matadores de Vila Franca (José Júlio, Mário Coelho e Victor Mendes) à mesma mesa?Porque é que me pergunta isso? É por ser mauzinho. É porque ainda nunca consegui ver essas três figuras juntasEssa dificuldade não é só na festa brava. Há pessoas do Sporting que recusam estar com outros do Benfica. Isso tem a ver com as pessoas. Mas acredito que um dia, não sei se amanhã, se daqui a algum tempo, há-de haver um momento em que as três figuras se vão juntar. Vale a pena arriscar a favor da causa e de Vila Franca.Domingo, Vila Franca vai assistir à alternativa de mais um cavaleiro da terra. É um momento importante que pode potenciar novos públicos?O aparecimento de novas figuras, seja a cavalo ou a pé, é sempre um momento de grande importância para a festa e para Vila Franca porque não têm aparecido novos nomes e o público precisa de ter figuras que admire. O toureio a cavalo tem tido passagens muito fugazes e, naturalmente, ficamos satisfeitos quando um jovem cavaleiro de Vila Franca vai debutar na Palha Blanco. Deve ser um motivo de orgulho para toda a gente.Espera uma casa cheia?Apelo a todos os vilafranquenses que se dizem aficionados para em vez de ficarem a fazer comentários negativos unam os seus pensamentos numa atitude positiva a favor deste valor que queremos que singre e a favor da festa. Há vários motivos para que o público encha a Palha Blanco. Há um ambiente e um entusiasmo em redor deste dia. Espero que proporcione uma bonita moldura adequada ao momento que se vai viver no domingo.Esta corrida está integrada na Festa do Campo que este ano aposta na sua consolidação como evento de promoção do cavalo e da Lezíria de Vila Franca?Temos feito este esforço para levar a festa ao campo. Este ano a Senhora de Alcamé vai acompanhar os romeiros e vamos ter alguns romeiros conceituados como os presidentes das câmaras de Santarém (Moita Flores) e da Golegã (Veiga Maltez). A câmara está a fazer um esforço para garantir transporte para todos no atravessamento do rio até à Ermida de Nossa Senhora de Alcamé. Se o tempo nos ajudar será uma magnífica festa.A presidente é filha de Vila Franca e nasceu numa família ligada ao campo…O meu pai é um homem do campo e eu ia com ele aos toiros em pequena. Senti como todas as crianças esta ligação à festa, ao toiro, ao cavalo e ao campino. Hoje sou uma aficionada com responsabilidade e não posso desfrutar do prazer duma tourada da mesma forma.O que é que a faz vibrar mais uma boa lide a cavalo ou uma faena de muleta?Sou uma fã da corrida à portuguesa, mas aprecio uma boa lide a pé. Gosto de tércio de capote e bandarilhas. A muleta para mim é um tércio incompleto e torna-se monótono.Falta a morte do toiro na arena?Falta. Sou defensora dos toiros de morte e julgo que os municípios deveriam decidir em função da história do seu próprio concelho.

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