Ataques à liberdade de expressão
O MIRANTE é um jornal regional mas penso que haverá espaço para esta minha carta sobre o discurso do deputado Paulo Rangel, do PSD, na sessão comemorativa do 25 de Abril. Nunca pensei que tivesse que ser um parlamentar da chamada direita a denunciar aquilo a que o próprio chamou “os novos perigos e ameaças para a liberdade dos cidadãos”, nomeadamente o “ambiente de condicionamento da liberdade” de opinião e de expressão.Deixo aqui um parágrafo que me pareceu dos mais significativos e que acho que define bem a tal “claustrofobia democrática” que eu e grande parte dos leitores de O MIRANTE sentimos no dia a dia. “Como garantir e realizar essa democracia de valores, essa república da tolerância e do pluralismo, se nunca como hoje se sentiu uma tão grande apetência do poder executivo para conhecer, seduzir e influenciar a agenda mediática?” Aquilo a que chama “impulso de sedução e domínio” não se limita ao “alinhamento e à agenda” da comunicação social, mas chega ao “controlo mais directo ou indirecto de órgãos de comunicação ou das suas estruturas de gestão”.Acompanhei ao longo dos tempos, por ser vosso leitor regular, algumas situações passadas com o próprio O MIRANTE. Dei o devido desconto a algumas porque nestas coisas de liberdades há que ter uma visão equilibrada das coisas. Mas os sinais de tentativa de asfixia dos meios de comunicação são por demais evidentes e não podem ser ignorados. Atitudes que já vi aqui relatadas são graves atentados à democracia. Quando presidentes da câmara como o socialista António Rodrigues de Torres Novas ou a “Bloquista” Ana Ribeiro, de Salvaterra de Magos, recusam sistematicamente dar explicações aos vossos jornalistas e através deles aos milhares de leitores do jornal, ou quando outros, como o “extinto presidente” da câmara de Santarém, o socialista Rui Barreiro, ou o ainda em exercício, também socialista, Rosa do Céu, de Alpiarça, dificultam a vossa missão ao máximo, é justo que seja aqui chamado um deputado Social-Democrata e o seu discurso em defesa da liberdade de expressão e da democracia, feito no 25 de Abril. E bem feito.João Carlos Modesto Moreira
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