O comboio é hoje um meio de transporte que carece de incrementação particularmente nas zonas suburbanas, por motivos sobejamente conhecidos. A linha suburbana Lisboa-Azambuja, tem nesta última localidade o seu términus, sendo a mesma servida pelos comboios suburbanos Lisboa StªApolónia/Azambuja e cumulativamente pelos comboios regionais Lisboa/Entroncamento/Tomar. A empresa operadora daquele serviço, a CP deveria tomar em consideração as necessidades dos clientes. A última alteração de horários permite tirar outra conclusão. Aqueles dois tipos de serviço (suburbano e regional/interegional) diferentes na composições utilizadas e leis de paragem deviam-se complementar. Daí ser incompreensível que não se tenha esbatido temporalmente a cadência destes comboios ascendentes fora da hora de ponta (anteriormente comboios Lisboa Sta. Apolónia-Azambuja, partida ao minuto 58, e Lisboa-Tomar partida ao minuto 14 ou 20, com os novos horários a partida dos primeiros verifica-se genericamente ao minuto 36 e os segundos ao minuto 48).No sentido inverso genericamente a situação era normal com intervalos de variação, fora da hora de ponta mais abrangentes ( partida de Azambuja ao minuto 03 e passagem dos “tomarenses” entre o minuto 28 e 38 consoante as horas), as mudanças introduzidas com o novo horário originam uma concentração da oferta que dificilmente alargará a procura ( partida de Azambuja ao minuto 38 e passagem dos regionais ao minuto 32) verificando-se agora um intervalo de 54 minutos sem comboio na direcção de Lisboa (incompreensível no mínimo).Aliás com estes indicadores será fácil num futuro próximo a CP alegando pouca procura, diminuir ainda mais a oferta.A situação mais ilustrativa destas incoerências que o novo horário encerra prende-se com provavelmente o comboio que mais passageiros transportava no sentido Lisboa/ Azambuja, regional com partida às 18h20 e chegada a Azambuja às 18h57, agora no mesmo horário verifica-se a partida de um comboio interregional às 18h18 sem serviço de passageiros na Azambuja, mas com paragem na mesma entre as 18h56/19h02, para ser ultrapassado por um comboio IC (será isto um acto de boa gestão?). Ou seja significa isto que um cliente, que anteriormente viajasse nesse comboio agora vê-se impedido de o fazer, não obstante o comboio ter que efectuar paragem na Azambuja, pergunto só por curiosidade, será que o maquinista nem pode abrir as portas?Se eventualmente fizermos um estudo nos horários introduzidos, verifica-se ainda que a tão propalada diminuição do tempo de trajecto para os Alfas e IC´s foi alcançada sobretudo à custa dos comboios regionais ( todos na generalidade aumentam tempos de trajectos), que passam a ter as chamadas paragens técnicas de 6 minutos em Castanheira, Azambuja, Setil, sem serviço de passageiros para serem ultrapassados pelos referidos rápidos. São situações difíceis de qualificar e objectivamente atentatórias à boa vontade daqueles que depois de um dia de trabalho anseiam um meio de transporte que os leve de retorno a casa o mais depressa possível. Será esta uma forma de bem gerir os dinheiros públicos? Rui Silva