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Contas da Câmara de Alpiarça passam na assembleia só com votos dos socialistas

Contas da Câmara de Alpiarça passam na assembleia só com votos dos socialistas

Oposição diz que município está em situação de falência técnica e financeira
O Relatório de Actividades e a Conta de Gerência de 2006 da Câmara de Alpiarça foram aprovados na assembleia municipal realizada a 26 de Abril só com os votos da maioria PS, o que, face ao empate verificado, obrigou ao voto de qualidade da presidente da assembleia Vera Noronha (PS). Os documentos foram muito contestados pela oposição, com PSD e CDU a considerarem que face, aos dados constantes nos documentos, a autarquia encontra-se em situação de falência técnica. A CDU alertou ainda para o facto das receitas terem diminuído em relação a 2005 e a dívida ter aumentado, o que, segundo dizem, pode levar a autarquia ao colapso.Segundo João Osório (CDU), “apesar da manipulação dos números no relatório político, eles não enganam na apreciação técnica”. “Num ano em que nada se fez em Alpiarça as despesas aumentaram exponencialmente. As taxas de execução do Plano Plurianual são baixíssimas, não chegam aos 50 por cento, e em determinadas rubricas é quase zero. A dívida já ultrapassa os onze milhões de euros. A câmara está tecnicamente falida e se fosse uma empresa privada já tinha fechado. Que gestão é esta que esbanja o nosso dinheiro em nada?”.Paulo Espírito Santo (PS) saiu em defesa do executivo afirmando que os eleitos da CDU estavam a acusar os funcionários de manipulação e garantiu que tinha outros números bem diferentes dos comunistas. “É natural que as despesas cresçam. O concelho também cresceu e a manutenção de equipamentos tem custos”, referiu.O presidente da câmara, Joaquim Rosa do Céu (PS), aceitou que o investimento baixou em relação a anos anteriores, uma situação que considerou normal. Recuou no tempo e garantiu que depois de receber da CDU uma câmara com investimento zero, “crescemos trezentos por cento”. E enumerou de forma irónica uma série de equipamentos construídos ao longo do seu mandato, “onde esbanjámos mais de 44 milhões de euros, para que a população tivesse mais qualidade de vida”. O PSD não entrou na discussão. João Brito limitou-se a dizer que o relatório e as contas lhe foram enviadas em CD, o que lhe dificultou a vida, porque não é ainda muito dado às novas tecnologias, e não tinha dinheiro para mandar imprimir as mais de quatrocentas páginas de documentos que compõem o processo.O presidente da câmara, insistiu no facto da câmara estar a aumentar as suas receitas próprias, que segundo disse tiveram um aumento de 44 por cento em 2006. “Foi a maior receita própria de sempre no município de Alpiarça”, garantiu. Tudo isto não chegou para convencer os eleitos da oposição, que votaram contra o relatório e as contas, obrigando por isso a que a presidente da assembleia, Vera Noronha tivesse que usar o voto de qualidade para que estas fossem aprovadas. Na votação normal registou-se um empate de oito votos contra e oito a favor.
Contas da Câmara de Alpiarça passam na assembleia só com votos dos socialistas

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