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Oposição dividida na votação das contas da Câmara de Santarém

Oposição dividida na votação das contas da Câmara de Santarém

Bancadas do PS e da CDU com vários sentidos de voto

A divisão no PS quanto à posição a assumir na votação das contas contribuiu para a demissão do líder da bancada na assembleia municipal Pedro Braz.

A bancada do PS na Assembleia Municipal de Santarém dividiu-se no sentido de voto durante a análise do relatório e contas do município referentes a 2006. Leonel Martinho do Rosário justificou a abstenção dos socialistas “única e exclusivamente com a solidariedade política para com os vereadores” do PS, que se abstiveram quando o mesmo tema foi discutido na câmara. Só que a “solidariedade” não foi seguida por quatro eleitos do PS que votaram contra. Como foi o caso de Carlos Catalão que alegou não se poder abster perante uma tão baixa execução orçamental por parte da gestão PSD. Uma crítica que a CDU também deixou, a par com as do aumento da dívida e das despesas correntes.As diversas leituras dentro do PS acerca das contas municipais terá estado aliás na origem da renúncia ao mandato, na segunda-feira anterior, do até então líder da bancada na assembleia, Pedro Braz, que já não participou na sessão desta sexta-feira (ver peça ao lado). Nalguns sectores do partido não caiu bem a abstenção dos vereadores do PS durante a votação das contas na câmara. Uma posição algo surpreendente que foi justificada com o facto de a maioria PSD ter feito algum esforço para saldar dívidas deixadas pelo executivo PS que a antecedeu. Aliás na declaração de voto do PS, lida por Martinho do Rosário, adivinha-se que a vontade dos eleitos socialistas na assembleia era claramente de chumbar os documentosAs contas acabaram por ser aprovadas com os votos da maioria PSD. Contra esteve apenas parte da bancada da CDU - os seus presidentes de junta abstiveram-se como já é habitual – e os quatro elementos do PS que não seguiram o sentido de voto a direcção da bancada. A votação dos documentos - com 24 votos a favor, nove contra e 19 abstenções -, ocorreu depois do presidente da câmara, Moita Flores (PSD), desafiar a oposição a reprovar as contas, advertindo que as posições de cada bancada seriam enviadas ao Tribunal de Contas para que este órgão pedisse "responsabilidades". Antes já o vice-presidente da autarquia, Ramiro Matos (PSD), que detém o pelouro financeiro, havia elogiado a "qualidade técnica e política" dos documentos apresentados pelo executivo, declarando-se "agradado pelas poucas críticas" recebidas. "A gestão não é socialista, mas as dívidas são todas", disse em resposta à CDU que havia comparado a actual gestão com a anterior. Frisou que este executivo, ao contrário do anterior, "não esconde a situação financeira" do município, que "é má"."Não podemos fazer milagres, não podemos modificar os documentos, não havendo possibilidade de eliminar a dívida - e alguma remonta aos anos 90 -, ela está aí espelhada”, disse Ramiro Matos justificando o aumento da dívida (que continua na casa dos 50 milhões de euros) com a contabilização de dívidas que o anterior executivo "escondeu" na rubrica de "facturas em conferência" (reduzida em 1,8 milhões de euros), que não estavam orçamentadas.Quando se pensava que o debate estava encerrado, Moita Flores pediu a palavra para reivindicar o direito de se defender das "insinuações torpes" de que foi alvo no último ano por "malta que confunde festas com cultura". Recusando o epíteto de "presidente festeiro", Moita Flores afirmou que o que "muitos confundem com gastos em festas são investimentos em cultura", pedindo desculpa "ao povo de Santarém por só ter investido 1,36 por cento do orçamento" nesta área.
Oposição dividida na votação das contas da Câmara de Santarém

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